Sérgio Praia, o ‘Manuel’ de ‘Rosa Fogo’ (SIC), fez-se actor a pulso e contra a vontade dos pais, que agora aplaudem-no.
Ao ler o argumento de ‘Rosa Fogo’ pensou que o ‘Manuel’ ia ter este protagonismo? Não. Percebi que havia uma grande carga emocional. Mas o que pensei foi: "Vamos lá, vamos estar mais à-vontade e curtir isto".
Sentia-se tenso a fazer televisão? Sim. Sempre entrei a meio dos projectos e quando isso acontece sentimos que a coisa não é nossa e andamos à procura do nosso espaço.
Como é que preparou o ‘Manuel’? Falei com alguns inspectores da Polícia Judiciária e foi muito engraçado, porque a ideia que temos é que são homens muito duros e eu conheci pessoas comuns. E trabalhei muito com séries, sobretudo com a ‘24’, que tem uma personagem com uma profissão de risco e, por isso, quem ama pode estar em risco.
O ‘Manuel’ ama a ‘Sofia’ [Anabela Teixeira]. Vão usá-la contra ele? Logo verão. Mas foi interessante saber como defender o meu ninho, a mulher que amo.
Ficou surpreendido com a vida dos inspectores da Judiciária? Fiquei. Há casos muito complicados, sobretudo quando metem crianças. Mexe com sentimentos que uma pessoa acha sempre que nunca vai passar por eles.
Está a ficar famoso com o ‘Manuel’? É bom perceber que a personagem está a chegar às pessoas. Elas vêm ter comigo, muito emocionadas. E eu fico feliz por chegar a elas.
Não lhe faz confusão as pessoas confundirem o actor com a personagem? Eu compreendo, porque é a maneira como chegamos a elas. Não sabem o meu nome, sabem o nome da personagem e a minha função é essa. Não estou aqui para as pessoas me conhecerem como Sérgio Praia.
Vejo que está a conseguir lidar com a fama! Não me aborrece. Até gosto quando falam comigo, porque faço isto para elas. Eu gosto de pessoas, gosto de tocar as pessoas, acho que isso é das coisas mais bonitas desta profissão. É aí que sinto que vale a pena.
Em teatro já tem uma carreira longa. Está a aperceber-se do poder da televisão?
Eu já tinha uma ideia. Desde miúdo que sabia que a televisão tem muito poder. Nunca pensei que chegaria a fazer isto, mas não é uma coisa da qual eu tenha medo.
Fez-se actor porquê? Sempre quis. Não me lembro de ter querido outra coisa. Desde a terceira classe imitava as cenas das telenovelas brasileiras e encenava na escola com as miúdas.
Teve de lutar para ser actor? Tive de lutar bastante. É normal. Os meus pais tiveram uma educação em que o trabalho era para ganhar dinheiro e queriam que eu ficasse ali perto. Mas eu sempre tive uma grande ânsia de sair dali.
Vive muito as personagens? Vivo, mas não preciso de me cortar para saber o que é um corte.
São sempre personagens muito trabalhadas e emotivas? Já fiz coisas mais leves mas normalmente... E ainda bem. Eu gosto de pessoas com um gráfico estranho. Que fujam ao normal, que não tenham sempre o mesmo registo, gosto de desequilíbrios, como gosto de estar sob grande pressão. Acho que essas pessoas estão sempre a tentar viver melhor o dia seguinte e todos temos qualquer coisa que não bate certo, essa é que é a riqueza do ser humano.
Mas revê-se no amor que o ‘Manuel’ tem pela ‘Sofia’? Ele é muito intenso nesse amor. Desespera quando pensa que ela pode deixar de existir. Até é um bocado obsessivo por ela. Nisso difere de mim. Eu não ficaria a tremer se ela não me telefonasse num período de quatro ou cinco horas. O ‘Manuel’ fica.
Ele teme perdê-la... Sim. E eu percebo-o e acho muito bonito. Eu acredito muito na química entre as pessoas, entre os actores, neste caso. E a química com a Anabela foi de uma simplicidade... Se não tivesse havido tanta química, se calhar o ‘Manuel’ não era tão intenso. Mas ele tem de ter um ponto fraco, porque é muito racional e frio na profissão, como inspector da Judiciária.
Com esta personagem está a gostar mais de fazer televisão ou continua a preferir o teatro? Eu gosto muito de fazer teatro. É o meu amor, digamos. Mas estou a gostar mais de fazer televisão.
PERFIL
Sérgio Praia nasceu no dia 2 de Julho de 1977 no Furadouro, em Ovar, onde fez o ensino básico e secundário. E foi na escola que descobriu que queria ser actor. Aos 17 anos, contra a vontade dos pais, e com uma mochila às costas, mudou-se para o Porto, onde começou a trabalhar para pagar os estudos. Faz teatro e participações esporádicas em televisão, onde ganhou protagonismo com ‘Manuel Dantas Figueira’, o inspector-chefe da Polícia Judiciária da telenovela ‘Rosa Fogo’, da SIC.
Fonte: Vidas
Sérgio Praia:mais um desconhecido adoptado pela sic.Diz o próprio que as pessoas não sabem o nome dele;até aí nada de novo,nem eu sabia e até me interesso pelas coisas de televisão,quanto mais o povo.Lá na sic recolhem estas pessoas que caem do céu em páraquedas e colocam-nas a representar nas suas novelas!Resultado:Rosa Fogo é o fiasco que se sabe!
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