Inês Castel-Branco inspirou-se em Amy Whinehouse para fazer Carmen em "Rosa Fogo"

domingo, 26 de fevereiro de 2012


A atriz exclusiva da SIC está feliz com a sua Carmen de 'Rosa Fogo' e afirma que esta personagem é uma lufada de ar fresco na sua carreira. 

Na novela Rosa Fogo dá vida à exuberante Carmen. Quanto tempo demora a caracterização da sua personagem?
Normalmente uma hora e um quarto, o que já inclui o penteado, a maquilhagem e a tatuagem.
Onde se inspirou para dar vida a esta personagem?
Vi algumas imagens de Amy Whinehouse que davam para ir buscar o lado descomplexado desta personagem que não tem qualquer pudor. A partir daí é olhar para os bairros de Lisboa, onde podemos encontrar sempre uma Carmen.
Esta personagem é uma lufada de ar fresco na sua carreira?
Na altura em que veio sim, embora goste de todas as personagens que fiz até hoje. A Carmen é especial porque coincidiu com o meu regresso à televisão depois de algum tempo parada. Fazer uma personagem cómica que tem tantas características próprias é uma lufada de ar fresco porque faz sentir-me bem.
Tem preferência pelo registo cómico?
Sinto-me mais à vontade na comédia. O que faz que também goste de fazer drama, porque torna-se um desafio, sinto-me mais insegura. Fazer comédia é muito difícil, mas sinto-me mais à vontade porque o humor é uma constante em minha casa, gosto muito de ver comédias e cresci a ver o Herman [José].
Fazer uma novela depois de ter estado algum tempo parada foi complicado?
Na verdade, o mais complicado para mim não foi habituar-me ao ritmo, mas sim o facto de ter um bebé pequeno e dormir pouco e estar a fazer uma peça ao mesmo tempo [39 Degraus]. Ter de conjugar tudo foi difícil no início da novela, mas depois a personagem também me dava a adrenalina de que precisava para não falhar.
Cada papel é uma aprendizagem. O que tem aprendido com este?
Há uma coisa que gosto na Carmen. Ela tinha tudo para o público não gostar dela, não é amistosa, é agressiva com as pessoas, sobretudo com a irmã, e gosta de homens casados. Mas tentei fazer que parecesse mais natural e isso faz o público sentir que é humana. No meio desta roupa toda e desta maquilhagem consegui construir uma personagem espontânea e credível.
Identifica-se com ela em algum aspeto?
Acho que a única coisa que temos em comum é a relação que ela mantém com a irmã, a Aida [Susana Mendes]. As relações de irmãos que vivem juntos são universais, há sempre insultos, pancada, mas quando é preciso também há beijinhos, abraços e solta-se um "gosto muito de ti". E isso eu também tenho com os meus irmãos. Mas de resto somos muito diferentes.
As gravações de Rosa Fogo terminam este mês. Já tem algum projeto em vista?
Tenho. Agora vou ser mãe a tempo inteiro (risos). Até a SIC me convocar para um novo trabalho vou ficar de férias. Gostava de voltar a ter aulas de voz porque não tenho tido tempo. Quero trabalhar a máquina para quando surgir um novo projeto estar preparada.
Rosa Fogo está longe das audiências da sua antecessora, Laços de Sangue, e tem uma média de menos 200 mil espectadores. Está desiludida?
Não. Acho que era muito difícil manter a fasquia porque Laços de Sangue foi uma novela muito especial. Em vários sentidos: para a produtora que apostou na Joana Santos, que não era muito conhecida e teve ali o papel da vida dela; para a SIC, que fez parceria com a Globo, e também na vontade de os espectadores verem coisas novas. Acho que Laços de Sangue trouxe uma imagem completamente renovada da ficção. Depois deste boom era difícil as pessoas agarrarem-se tão cedo a outra novela. Porque é muito seguido e as pessoas também querem descansar. Acho que as audiências de Rosa Fogo podem não ser tão boas, mas sinto que já temos um público fiel.

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