O caderno de encargos para a auditoria ao sistema de audiências da GfK
foi aprovado na passada segunda-feira no seio da Comissão de Análise de Estudos
de Meios (CAEM). Embora, a SIC e a APAN, associação
que representa os anunciantes, tenham votado contra a inclusão de uma questão
específica sobre a representatividade do painel, essa pretensão terá sido
chumbada, pelo que a sua aprovação acabou por ser consensual. Por definir está
ainda a empresa internacional que ficará encarregue de levar a cabo a auditoria
externa. Mas se este processo parece estar encaminhado, certo é também que
novos episódios se vão somando ao processo de medição de audiências.
Em declarações, Manuel Falcão,
director-geral da Nova Expressão, que integra a direcção da APAME, associação
das agências de meios, adianta que a “CAEM reconheceu, no passado dia 16 de
Abril, que a regra relativa ao constant viewing (número máximo de horas de
visionamento que pode ser considerado) não estava a ser aplicada correctamente
– o que induzia a números artificiais sobre aumento de consumo de televisão e,
em consequência, à existência de ratings maiores do que aquilo que seriam, na
realidade, se as referidas regras fossem aplicadas”, frisa o profissional. E
prossegue: “O efeito prático desta não observância e correcta aplicação das
regras tem um efeito directo no preço da publicidade em televisão (já que os
ratings assim são mais elevados) – e por isso espanto-me que esta questão
técnica tenha sido ignorada”, observa ainda. Manuel Falcão considera que “têm
estado a ocorrer simultaneamente várias situações que têm contribuído para o
descrédito do sistema de medição de audiências de televisão, uma ferramenta
essencial para o correcto funcionamento do mercado”, e enumera algumas. “Em
primeiro lugar falhas diversas, nunca suficientemente explicadas, que
provocaram audiências zero ou erros de atribuição em vários canais durante
períodos de tempo variáveis”, realça. Em segundo lugar, continua, “alguns
resultados estranhos nas medições dos canais por assinatura, como o persistente
destaque da TPA no Sul do país”. Outro dos exemplos neste contexto remete para
o facto de no sábado, dia 14 de Abril, o canal de cabo mais visto no Alentejo
ter sido o Food Network.
Outros lidera em cinco de sete categorias
O responsável alerta ainda para “a elevada
percentagem de espectadores classificados como Outros, e que engloba um número
muito elevado de utilizadores com consumos não determinados”. Num post que
colocou na sua página do Facebook, Manuel Falcão, refere que de acordo com os
dados de audiências, fornecidos pela CAEM e elaborados pela GfK, entre 1 e 12
de Abril o item Outros “foi contactado por 98,6% do universo do estudo. Este
segmento, que engloba jogos de computadores, visionamento de DVD’s, visionamento
de gravações de programas e outras coisas que ainda não foram esclarecidas,
liderou a cobertura em cinco dos sete grupos etários”, escreveu o responsável
na rede social. “Nos indivíduos com mais de 45 anos o Outros foi o canal que
mais pessoas contactou. A medição indica que o grupo dos +75 anos foi o segundo
com maior percentagem de indivíduos que diariamente contactou com o Outros (um
reach médio diário com 56,8%, logo abaixo dos 35/44 anos que teve 57,1%). O
15/24 anos foi o segundo grupo etário com menor penetração diária do Outros”,
concluiu. Contactada, Manuela Botelho, secretária geral da APAN,
limita-se a comentar: “Sobre esta matéria nada temos a dizer. Trata-se de um
tema técnico e complexo tratado ao nível do Comité Tecnico Consultivo da CAEM”.
Fonte: Meios & Publicidade
Peço a um anónimo de escreveu aqui que se quiser volte a escrever o seu comentário porque o apaguei sem querer!
ResponderEliminarAs minhas desculpas.
A Marktest também considerava o CABO\OUTROS, NAS AUDIÊNCIAS!
ResponderEliminarA Marktest também considerava o CABO\outros nas audiências!
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