“Recebo sempre ameaças quando brinco com o futebol”
Considerado um dos talentos mais promissores da televisão, o anfitrião de ‘Gosto Disto!’, da SIC, não abdica do improviso e já se acostumou a ser alvo de críticas ‘pouco construtivas’.
'Gosto Disto!' começou por ser um espaço de vídeos. Hoje tem vários sketches de humor. Como encara esta evolução?
Mais do que uma evolução, julgo que o programa ganhou a habituação do público. Nota-se que o público português queria desanuviar um pouco das notícias mais pesadas e acabou por aderir ao 'Gosto Disto!'. Acabaram depois por entrar Os Homens da Luta e o Jorge Mourato, e mais surpresas virão…
Qual é a parte do programa que mais gozo lhe dá fazer?
Os sketches, sem dúvida. Tentamos fazer um por edição.
'Gosto Disto!' ainda está longe de ser aquele programa que gostava de fazer?
Está sempre longe. Assim como nós evoluímos, também evoluem os programas de humor, por isso nunca estamos satisfeitos. Obviamente que este programa ainda está longe daquilo que sonho fazer, mas também se me perguntarem qual é o meu programa de sonho não saberei responder.
Talvez uma combinação de 'Gosto Disto!' com o 'Para Algo Completamente Indiferente', da SIC Radical?
É capaz de ficar ali no meio dos dois. O talk-show foi importante para mim, acabei por aprender a estar à vontade naquele tipo de formato, que exige uma maior responsabilidade. Mas situo-me melhor como actor e num registo de comédia. É essa a minha praia.
Daí o gosto pelos sketches…
Sim, criar situações. Não é fácil, com a quantidade de sketches que é feita actualmente, tanto na televisão como na internet, criar algo original. Contudo, tento sempre fazer as coisas da melhor maneira e com um toque de originalidade.
O César acredita que pode oferecer algo de diferente e especial?
Especial acho que não. Tenho algo diferente, mas isso é porque somos todos diferentes. Não quer dizer que seja para melhor ou para pior. Apenas diferente. Há pessoas que gostam do meu sentido de humor, há outras que não. É óbvio que faço o meu trabalho de forma a ficar satisfeito e a satisfazer o público.
Trabalha muito com o improviso. Há improviso no 'Gosto Disto!'?
Sim, bastante. Quer nos pivôs, quer nos sketches. É assim que trabalho há muitos anos. Tenho um guionista que escreve os sketches, mas depois aquilo pode até evoluir para uma coisa completamente diferente. É o meu estilo. Tento respeitar o guião. Apesar de improvisar, faço-o a partir daquele texto e daquelas ideias.
Isso não é um pouco assustador para quem produz o programa?
Acho que não, pois acaba por haver mais espaço de manobra. Se ficar limitado aquele texto, a cena é aquilo e nada mais. Se eu improvisar, é mais chato para o editor, mas acaba por ficar com mais material e com mais escolha.
Fonte: Correio da Manhã
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