João
Wilson concorreu ao programa de caça-talentos da SIC. Apesar de ter uma grande
onda e talento, o jovem, cego de um olho, não passou no 'casting'. Os jurados
de 'Ídolos' têm sido acusados na blogosfera de preconceito.
Na
terceira emissão dos castings para Ídolos,
os jurados Manuel Moura dos Santos, Bárbara Guimarães, Tony Carreira e Pedro
Abrunhosa negaram a entrada de João Wilson no programa de caça-talentos.
"Não sei se este é o lugar certo para ti. Pelo estilo de músico que és.
Acho que tu tens uma grande onda, não digo que não tenhas talento, mas acho que
não tens que ver com isto. O teu mundo é outro", justificou o presidente
do júri.
O
chumbo do jovem de 17 anos tem feito furor nas redes sociais, onde pairam
dúvidas e críticas sobre a decisão do júri. "João Wilson, se me estás a
ouvir: Este é o meu protesto pelo que se passou no Ídolos.
Os jurados desdobraram-se em explicações parvas e sem sentido expulsando um
artista de rua que ainda por cima, humildemente, aceitou aquela linguagem
"chinesa" como se se tratasse de verdadeiros conceitos
musicais", lê-se num blogue. Outros sítios online referem
que a deficiência de João Wilson - cego de um olho devido a uma brincadeira, em
criança - foi suficiente para que fosse eliminado. "O que se quer ver é
'Morangos', putos brancos com cabelo estiloso que cantem um pouquinho, o
suficiente para depois se ganhar dinheiro com eles", lê-se na blogosfera.
Será então que a televisão discrimina pessoas com deficiência? Para Rodrigo Santos,
membro da direção da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, a
resposta é afirmativa. "Acho que não o fazem diretamente, mas de forma
indireta. Se repararmos, sempre que se fazem menções ou há aparições de pessoas
com deficiência em televisão, essas menções ou aparições estão sempre
associadas à sua deficiência. Não há uma integração mainstream pelo
que fazem e pelo que valem enquanto pessoas, mas sim pela sua
deficiência", disse.
A
questão para Rodrigo Santos é cultural e tem efeitos sociais. "Essas pessoas
deviam ser olhadas pelas suas capacidades e não pelas suas deficiências",
refere, realçando o papel "de maior preocupação" que a RTP tem tido.
"É uma estação que se preocupa em dar uma imagem positiva até por
obrigação para com o serviço público. Mas isto não deveria isentar as outras
estações, as privadas, da responsabilidade social naquilo que se transmite à
sociedade. Tudo o que se faz em televisão tem um efeito multiplicador na vida
real e a condição de deficiente devia passar a ser uma condição
acessória", disse Rodrigo Santos sem querer falar do que aconteceu em Ídolos,
por não conhecer o caso em questão.
Também
José Carlos Abrantes, provedor do Espectador da RTP, reconhece que a televisão
discrimina as pessoas com deficiência. "Claro que sim, não tenho dúvidas
quanto a isso. E discrimina de duas formas muito claras: na codificação, na
realização de programas que não contempla esses públicos e na
acessibilidade", explica. "Não existem pivôs, não existem
apresentadores assim. É uma questão cultural", afirma José Carlos
Abrantes.
Entre
RTP, SIC e TVI, a estação do Estado é a única a dar destaque, com regularidade,
às pessoas com deficiência. Magazines como Consigo e Sociedade
Civil têm dado a conhecer casos de sucesso
e de inclusão de cidadãos com necessidades especiais na sociedade. Foi na RTP
que Salvador Mendes de Almeida, um jovem tetraplégico, apresentou um programa
com o seu nome que lançava desafios a pessoas com deficiência. E tem sido
também na RTP que Mafalda Ribeiro (conhecida como Mafaldinha), uma escritora
que sofre de uma doença rara, tem aparecido com maior frequência. Outro
exemplo, mas na SIC, foi o do ator Paulo Azevedo sem mãos e sem pernas que
entrou na novela Podia Acabar o Mundo.
A Notícias
TV falou com Manuel Moura dos Santos para
saber qual é, afinal, a importância da aparência no concurso produzido pela
Fremantle. "Aquilo que havia para dizer já foi dito. Disse-o na altura.
Ele não foi eliminado por causa da aparência, simplesmente não tinha o
perfil", respondeu o produtor musical.
que estupidez...
ResponderEliminarEle cantava bemzinho, mas era preciso algo mais...
ResponderEliminarTambém pode acontecer que por pena passasse e não merecesse...
Ia precisamente falar do Paulo Azevedo, sem mãos nem pernas, que desempenhou um papel de advogado em «Podia Acabar O Mundo», um papel onde não se destacava a deficiência do Actor, com uma vida absolutamente normal!
ResponderEliminarO actor andava de motorizada e tinha uma vida amorosa normal!
Outro caso, sem ser deficiente, mas desempenhando o papel de deficiente em cadeira de rodas, temos o «Gonçalo», personagem interpretada pelo José Fidalgo, num papel de chefia, na novela «Perfeito Coração», que nada tem a ver com deficientes!
No programa «Ídolos», muitos concorrentes são eliminados, por não apresentarem o perfil exigido para vencedor do programa, que nada tem a ver com deficiências!
O vencedor tem que ter talento...mas também tem que ter um perfi de «Ídolo».
Se ele passasse sem merecer...não faltavam críticas!
Preso por ter cão...e preso por não ter!
Claro que, como «Ídolos» é um programa vencedor, preferido pelas classes mais altas...vêm logo os melodramáticos chorar parvoíces, que não têm razão de ser!
Então não era eliminado ninguém! Bastava ser cego, ou surdo...para ganhar logo o programa!
Ó Maria A.
ResponderEliminarvê se te vais tratar e deixas o teu fanatismo delado.
Como, Anónimo das 15:51? Falou comigo?
ResponderEliminarNão ouvi!
Boa Maria, ve-se que nao é nenhuma parola, adoro os seus comentarios ao contrario desses fanaticos da tvi, è uma pessoa que sabe bem o que diz, parabens continue.
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