RITA PEREIRA QUER ENTRAR NUMA NOVELA DA TV GLOBO

sexta-feira, 8 de junho de 2012



Rita Pereira admite que, quase a chegar aos dez anos de carreira, ainda não se sente atriz. Apesar do sucesso televisivo, receia que o fim possa acontecer a qualquer momento. Elogia as produções nacionais, mas lamenta a pouca criatividade dos autores, por falta de tempo. A atriz arrasta críticas sempre que fala ou aparece e sabe que, com esta entrevista, isso vai voltar acontecer. "É inveja, sim", afirma.

Acha que até agora o público não a via como atriz? Eu mesma ainda não me vejo como atriz, é complicado dizer se as pessoas me veem ou não.

Com quase dez anos disto não se sente atriz? Não. Contracenei nesta novela com atores como Manuela Maria, Adriano Luz, Nicolau Breyner, Margarida Marinho... Sou uma aspirante, tenho muito para aprender, vou subindo os meus degraus aos poucos, mas ainda não posso dizer que tenho uma carreira de atriz.

Como foi parar à televisão? Começou na publicidade... Apresentei um programa na SIC, o SIC Altamente (2001), para crianças. Comecei a trabalhar em publicidade, fiz muita, à Panrico, B limonada, Ferrero Rocher, Optimus, fiz muita publicidade para fora e para o Euro. Já nem sei qual, acho que 2004. Era uma das caras que apareciam pintadas. Tinha 22 anos.

Leva nove anos de carreira na representação. O que acha da evolução da ficção? Melhorou muito. Os Emmy que Laços de Sangue e o Meu Amor ganharam são reflexo disso. Apesar de gravarmos muito intensamente, se as novelas fossem feitas com mais tempo e mais dedicação, não sendo muitas vezes um produto de venda, conseguiríamos ter mais qualidade. Mas quando queremos e são feitas com tempo e paciência, tenho a certeza de que temos tão bons técnicos, tão bons realizadores e tão boas equipas como há lá fora. Não temos é tanto tempo. Conheci uma atriz mexicana quando estive em Miami que era como eu no país dela, fez o mesmo tipo de novelas... têm é um mercado muito maior. Percebi que era igualzinho, eles trabalham mais horas porque têm de acabar o plano, nós aqui não. Nós temos de começar às nove, eles começam mais tarde e têm uma hora e meia de almoço. Nós temos trinta minutos. Demoram meia hora em cada cena e nós, às vezes, demoramos cinco minutos... o tempo extra faz a diferença. Mas a verdade é que o México não ganhou um Emmy e nós temos dois.

Mas em que se nota a evolução? Os atores têm arriscado muito mais no tipo de cenas que fazem e na grandiosidade de cada cena. Rebentar com aviões, destruir três carros numa só cena e fazermos uma novela no Brasil, arrancarmos outra na Índia. Isso é arriscar.

José Eduardo Moniz diz que há muita falta de criatividade nas novelas. Concorda com o antigo diretor-geral da TVI? Óbvio que a TVI não tem arriscado tanto nos argumentos. O Remédio Santo é um caso à parte porque teve uma história muito diferente do que foi visto e, se calhar, mostrou que a criatividade ainda vende. Agora, os triângulos que são criados, os casais que são separados e que depois se voltam a reencontrar... isso é uma certeza de que o produto vai ter audiência. Nisso concordo com o José Eduardo Moniz. Mas não é só a TVI, é a SIC e todos os produtos. Tendo a base e a fórmula, eles deixam que os argumentistas criem. Não é só culpa de quem escreve, o produto é pedido e é direcionado para um objetivo. É um conjunto. Os atores são os que têm menos culpa nisso tudo.

Sobre a sua personagem em Remédio Santo…
Criei muitas coisas na Helena e propus muitas coisas ao Barreira que ele aceitou. O meu pai tem um aluno que é espanhol e pedi-lhe dicas para palavras que pudesse utilizar quando estivesse zangada. O Barreira já queria que ela fosse louca, mas acho que a transformei. Quis fugir muito à personagem de Joana Santos, a Diana, em Laços de Sangue. A Joana fez um trabalho brutal e a vilã dela foi inesquecível, e de repente vejo-me com uma vilã, a começar ao mesmo tempo que a Joana.

Já espreitava a concorrência? Sim. Tento sempre ver o início de cada projeto, seja um programa de entretenimento, de ficção, sejam os Morangos agora... também para perceber quem está a fazer. É importante porque posso, sem querer, fazer uma personagem igual à outra e não saber que essa pessoa está a fazer assim. É bom vermos os trabalhos dos nossos colegas também por isso. A representação são opções que nós tomamos. Posso dizer uma frase de sete maneiras diferentes. Se calhar as dez pessoas que vão comigo fazer um casting vão dizer da mesma maneira porque é a que fica melhor, mas eu quero arriscar, mesmo correndo o risco de não ficar com o papel. Com a Helena aconteceu isso, tive muita coragem por arriscar.

O que sentiu quando a novela Laços de Sangue também ganhou um Emmy? Muito orgulho, mesmo. Mandei uma mensagem à Gabriela (Sobral) a dar-lhe os parabéns e à Patrícia Sequeira. A equipa que fez Laços de Sangue foi a mesma que trabalhou comigo em Doce Fugitiva, senti um enorme orgulho de Portugal ter ganho outro Emmy.

Nunca pensou numa carreira lá fora? Já pensei muitas vezes numa carreira internacional. Quando estive em LA, perdi todas as esperanças de lá trabalhar porque vi excelentes atores numa batalha diária infindável, como a Leonor Seixas, a quem tiro o meu chapéu. Já lá está há três anos, e nos três meses que vivi com ela vi que vai todos os dias a castings, tem trabalhos, mas nunca é certo. Ela é uma excelente atriz, cá, estava no topo e deixou tudo para ir para lá. É muito difícil conseguir, é preciso muita coisa. Perdi a esperança, mas não, contudo, a de ir para o Brasil.

E isso está para breve? Não sei. Não tenho projetos lá nem propostas. Não tentei, já sondei o mercado e percebi que gostava bastante de trabalhar no Brasil.

Tinha coragem de deixar a carreira aqui e começar tudo do zero? Não tinha coragem de ir à luta nos Estados Unidos, mas tinha coragem para deixar tudo aqui e entrar numa novela da Globo, nem que fosse para servir um copo de água de vez em quando. Não é o protagonismo que me enche as medidas, é o facto de estar a trabalhar. Não me importava nada de ser a rapariga que só entra às vezes para ir abrir a porta. Queria conhecer um novo mundo e uma forma de trabalhar que se calhar é diferente.

Fonte: Noticias TV

3 comentários:

  1. Uma atriz da TVI a piscar os olhos à SIC( à Gabriela Sobral), mostrando interesse numa carreira internacional na Globo, que sabe que é mais fácil com a parceria entre a SIC e a Globo!

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  2. Noa noto nenhuma piscadela de olhos a sic, nesta entrevista.
    Vejo sim interesse em entrar numa novela da globo, isso sim.
    O que é completamente diferente

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  3. E como a SIC, com a PARCERIA COM A GLOBO, não tem nada a ver com a melhor produtora de novelas...
    Pensa mesmo assim?
    Talvez não, Anónimo!

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