O ator Júlio César falou à revista Noticias TV sobre a sua participação na telenovela "Dancin Days" emitida pela SIC que é a mais vista pelos espectadores...
Está de regresso à ficção nacional com a participação no remake de Dancin' Days, em exibição na SIC, em que encarna o papel do advogado Francisco Sousa Prado. Como está a viver esta experiência televisiva? Terminei há um mês de gravar cenas para a novela, mas foi uma experiência muito interessante. Gostei muito de interpretar o Francisco, ele é um tipo sem caráter e que vem de uma classe social humilde.
Inspirou-se em alguém para construir este homem? Na minha idade, as coisas acabam por sair de forma natural. A única coisa que fiz foi esmiuçar aquele homem e compreender o seu perfil. Perguntei-me que tipo de casamento tinha, quem eram os seus filhos e a sua mulher... É dado um desfecho à personagem [na trama Francisco Sousa Prado é assassinado pela mulher, Teresa Sousa Prado] que vai contra a versão original do Dancin' Days, é uma leitura nova do texto.
Noto na sua voz que ficou surpreendido com a morte de Francisco? Todas as personagens têm um começo e um fim. Se me dizem que vou morrer, então é para morrer [risos].
Gostava que a sua participação tivesse sido mais duradoura? Não sei... Acho que uma participação que dura um período de quatro a cinco meses é um bom tempo porque depois disso entramos em rotinas. As participações longas numa novela acabam por desgastar a imagem de um ator e acabamos também por perder algum entusiasmo. O Francisco morreu e, na minha opinião, na altura certa.
A SIC já fez saber que Dancin' Days vai manter-se no ar até ao verão de 2013. Como vê este prolongamento? Não tenho de achar nada. É um negócio da SIC. A SIC tem nas mãos um êxito e entendo que o não o queira deitar fora. A novela está a resultar, é líder.
Como explica o êxito conquistado dia após dia pela novela? A história é boa, mas acho que muito se deve ao desempenho dos atores e à maneira como a novela está a ser representada. Há boa qualidade de representação e as pessoas sentem isso. E há ainda outra coisa que acho que contribuiu para o sucesso de Dancin' Days, que foi recuperar o gancho dos episódios para o dia seguinte. Deixam-se as cenas em aberto e espicaça-se a curiosidade dos telespectadores.
Seguindo a sua linha de pensamento, pergunto-lhe: acha que as novelas da TVI, que têm vindo a perder a atenção dos portugueses, não têm "boa qualidade de representação"? Acho que existe um bom nível de representação, mas talvez as histórias tenham sido mais frágeis.
Foram insuficientes no que toca ao argumento, às personagens introduzidas? A que se refere? Refiro-me à histórias em si, à trama.
Não retratam o dia a dia dos portugueses? Não é só isso. Uma novela não tem obrigatoriamente de ter que ver com a realidade dos portugueses. A ficção tem de ser boa ou má. Se é boa, as pessoas escolhem-na, se é má, rejeitam. Mas tanto a RTP como a SIC e a TVI têm feito bons produtos televisivos. As oscilações de audiências dependem da liberdade de quem está em casa e tem na mão o comando [risos].
Em Dancin' Days, a sua personagem, Francisco Prado de Sousa, é um advogado que vive dois casos extraconjugais com Raquel (Soraia Chaves) e Cátia (Débora Monteiro). Já Júlio César afirmou numa entrevista ser um homem fascinado por mulheres. O Francisco e o Júlio têm muito em comum? Não, não temos muito em comum. [Ajeita-se na cadeira e faz um sorriso maroto] Aparento ser um boémio mas sou um tipo caseiro. Se me analisar, é isso que sou... Adoro estar em casa e isto é precisamente o contrário daquilo que o Francisco gosta de fazer. Quanto ao gostar de mulheres, aí somos capazes de ter algo em comum [gargalhadas].
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