Costuma dizer-se que o tempo apaga tudo, mas existem alguns casos que fogem a esta máxima. Em 20 anos de existência, a SIC não só criou programas que foram autênticos fenómenos de audiência como também lançou uma série de ícones que ainda hoje subsistem na memória coletiva. Quem não se recorda do Macaco Adriano a dançar freneticamente ao lado de João Baião no programa "Big Show SIC"? Ou da música e letra do hino da SIC que marcava o início de cada emissão? Ou ainda da célebre imagem do concorrente do programa "Agora ou Nunca", quando Jorge Gabriel lhe colocou uma iguana em cima da cabeça a troco de 225 contos? São estes e outros momentos, que permanecem no imaginário dos espectadores.
Nelo e Idália... Um dos temas de conversa mais corriqueiros das segundas-feiras, no trabalho ou na escola, eram as rubricas do programa "Herman SIC". As personagens Nelo e Idália ganharam um lugar cativo no imaginário dos portugueses, tal foi a sua popularidade. "Tenho o maior orgulho nessas duas personagens, cujos textos - juntamente com o CREDO - sempre foram inteiramente de minha autoria. Lembro-me de ter ficado surpreendido com a repercussão das personagens, cujo sucesso me apanhou completamente de surpresa", explica Herman José, que interpretava Nelo ao lado de Maria Rueff, no papel de Idália.
Globo de Ouro... A estatueta dourada veio para ficar. A primeira edição dos "Globos de Ouro" realizou-se em 1996, quando a estação de Carnaxide tinha apenas 4 anos. Desde então, a cerimónia tornou-se uma das maiores imagens de marca da SIC e distingue anualmente várias personalidades de diferentes áreas, tais como cinema, moda, desporto, música e teatro, entre outras.
Ponha, Ponha, Ponha! Falar do programa "Agora ou Nunca" e não conhecer o concorrente que disse "ponha, ponha, ponha" é como falar do verão sem conhecer o calor. O homem que aceitou superar a fobia que tinha de iguanas a troco de 225 contos (hoje 1125 euros) tornou-se num autêntico fenómeno, ainda hoje recordado através do YouTube. "Foi um dos momentos mais importantes da minha carreira televisiva. Curiosamente, ele queria demover a filha de ter uma iguana e acabou por revelar que tinha uma enorme repugnância por répteis. Lembro-me perfeitamente desse momento televisivo único e de emoção extrema. Era entretenimento puro e duro", destaca Jorge Gabriel, que hoje trabalha na RTP1.
VacareréBuereré... O programa infantil da SIC apresentado pela cantora Ana Malhoa nos anos 90, não demorou muito a ganhar popularidade entre os mais novos. Grande parte do sucesso do formato deveu-se à mascote, Vacareré, que cantava e dançava em estúdio ao lado da apresentadora e do público. Sempre bem-disposta, animada e de jardineiras de ganga, a Vacareré também conversava com Ana Malhoa e ajudava a lançar os passatempos deste programa infantil.
Macaco Adriano... "Um amigo pra você, AAA, UUU". A música, escrita por Roberto Leal, acompanhava a entrada do Macaco Adriano no "Big Show SIC", apresentado por João Baião. O boneco foi parte integrante do programa e participava numa rábula em que um anónimo cantava uma canção. Se a prestação fosse má, o Macaco Adriano levava-o às costas para fora do estúdio, gerando gargalhadas dos espectadores e dos que estavam presentes no estúdio. A mascote foi criada por Ediberto Lima para destronar Herman José, que na altura conduzia o programa Parabéns, na RTP1, à mesma hora - o "Big Show SIC" também passou à noite. E deu resultado...
Floribella... As saias de folhos, as camisolas de cores garridas e os ganchos do cabelo com flores passaram a fazer parte do guarda-roupa das meninas aquando da exibição da série "Floribella". A febre em torno do estilo usado pela protagonista, papel desempenhado por Luciana Abreu, foi fulminante e ainda durou uns bons anos. A atriz tornou-se um ícone para os mais novos, por causa do jeito doce e inocente da sua personagem, ao ponto de criar autênticas romarias sempre que era anunciado que haveria uma sessão de autógrafos.
Ulisses... "Ai os Homens", programa apresentado por José Figueiras e que durou quatro anos, foi um autêntico fenómeno de audiências. No formato, os candidatos tinham de impressionar uma audiência composta por 150 mulheres, incluindo uma convidada famosa presente em cada sessão. Os concorrentes tinham de passar por diversas provas até chegarem à pior parte: o confronto com Ulisses. "Era muito divertido. O Ulisses era uma personagem que desafiava os homens no final, através da competição de músculos. Dava um toque de humor ao programa, sem dúvida", recorda José Figueiras.
Madame Pilita... O papel marcou o início consistente da carreira de Joaquim Monchique enquanto ator transformista. No programa "Herman SIC", Madame Pilita era a responsável por atribuir prémios [Pilita de Ouro, Prata ou Bronze] a famosos que apareciam nas revistas do social, momento que era acompanhado da célebre frase: "E o prémio vai para..." O sketch era feito em direto e Monchique fazia-se acompanhar da equipa habitual de humoristas de Herman José.
Paulina... José Figueiras não estava sozinho no programa "Muita Lôco", que convidava um grupo de jovens a participarem na discussão de vários temas. O apresentador contava com a ajuda de Paulina (na foto com João Baião), que dava um brilho especial ao formato. "A Paulina era uma assistente que fugia ao protótipo da boazona. Começou tímida, mas foi-se soltando ao longo do programa. Não a vejo há seis ou sete anos, quando ela foi para o Brasil. Perdeu-se o contacto", lamenta.
Linda Reis... Um dos momentos mais aguardados do programa "Herman SIC" era o show de striptease de Linda Reis, que tinha sempre um toque de comédia. No decorrer do programa, Linda Reis também costumava entrar em transe e encarnava o espírito de celebridades que já tinham morrido, como a princesa Diana. "A Diana fala comigo em português porque eu sei pouco de inglês, apesar de ter vivido muitos anos em Londres", disse num dos programas.
Hino da SIC... "Era outubro, despertei. Era dia e gostei." Assim começava o hino da SIC, tema que assinalou o início da emissão do canal de Carnaxide, em 6 de outubro de 1992. Com letra de Carlos Paulo Simões e música de Zé da Ponte, o hino, que não demorou a ficar no ouvido dos portugueses, marcou a mudança no panorama televisivo em Portugal. E ainda hoje há quem saiba o hino da SIC de cor, tal foi o impacto que teve na altura.
DOT... Primeiro estranhou-se, depois entranhou-se. O Dot foi uma ideia lançada pela SIC e que tinha como objetivo captar audiências. Para obter o Dot bastava comprar um artigo em estabelecimentos como Continente, Modelo, BP ou McDonald's. E como funcionava? O espectador tinha de colar o Dot no canto superior direito da televisão, em cima de uma bolinha vermelha, sempre que um programa da SIC começasse, e não podia mudar de canal nem desligar a televisão, sob pena de o Dot ficar inativo. Tudo isto para ficar habilitado a ganhar prémios. E se hoje a funcionalidade do Dot pode ser posta em causa, a verdade é que na altura em que foi lançado - ano 2000 - a febre pegou.
Fonte: revista Noticias TV
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