O futuro da SIC pode estar em risco? Bem, acho que o sector dos media está neste momento todo em risco. Ou seja, a sua sobrevivência está em risco. Estamos a viver uma forte queda do investimento publicitário e num cenário que se vai complicar muito com a eventual privatização da RTP.
Vários agentes do mercado têm dito que a privatização da RTP vai levar à morte de um dos operadores existentes no mercado. É evidente que se a privatização da RTP avançar, se o investimento publicitário continuar a cair, o actual modelo de negócio estará ameaçado. É um facto, é indesmentível.
Com o País no estado em que está, com a crise nas empresas, não me parece que a SIC e a TVI tenham capacidade ou vontade de aproveitar a época de saldos na RTP. Sim, os tempos que aí vêm serão muito difíceis. Vão ser anos de forte pressão para baixar cachets e valores de produção na televisão.
Essa será uma preocupação também na SIC?
Mas nestes casos mais badalados, estamos a falar não de quadros das empresas, mas de estrelas contratadas, ou pelas produtoras ou pelas próprias estações, para determinados projectos... Sim, mas esses também vão ter de baixar. Mas nos quadros é mais difícil, claro. Nós na SIC, no início deste ano, reduzimos o ordenado de todos os quadros em 10%. E todos aceitaram, salvo uma ou duas excepções.
"Não está prevista mais austeridade na SIC." E perante o novo quadro de austeridade que foi anunciado, é possível que tenham de ser tomadas novas medidas? (pausa) Em tese pode acontecer. Estamos a tentar que isso não seja necessário, mas em tese pode acontecer.
Não está em cima da mesa? Na SIC não. E um novo plano de rescisões amigáveis? Não. Nós concluímos recentemente um processo de ajustamento em que saíram cerca de 20 pessoas por rescisão por mútuo acordo. Neste momento temos uma situação estável e não prevejo um novo processo dessa natureza. Já temos o orçamento para 2012 pronto e não temos qualquer verba que resulte de nova redução de quadros. Agora, é evidente que, se as piores previsões se confirmarem em relação às decisões políticas para a RTP, todos os operadores vão ter de repensar o seu modelo de negócios.
Portanto, nem despedimentos nem redução de ordenados nem supressão de subsídios de férias e de Natal? Nada disso está previsto.
A SIC continua a ser uma empresa onde vale a pena trabalhar? Acho que sim, é uma empresa onde dá gosto trabalhar, que tem um ADN único. Passou por muitas dificuldades, sobretudo nos últimos anos, mas acho que estamos melhor, até do ponto de vista da nossa auto-estima. Nos últimos três anos temos vindo sustentadamente a ganhar dinheiro e a apresentar resultados em linha do que nos foi pedido pelos accionistas... mas é mais dinheiro que não permite investir mais na programação, porque tem de fazer face à quebra do investimento publicitário. Nós temos estado a obter bons resultados, apesar dessa quebra. Ainda na semana passada apresentámos as contas do grupo e os resultados da SIC no trimestre são bons. São mesmo bastante bons. Aumentámos o nosso resultado operacional cerca de 400% em relação ao ano passado. Mas, para que isso acontecesse, tivemos de cortar os custos num valor superior à queda das receitas. E vamos continuar.
E isso significa que não há muita margem para investir?
Sim, é óbvio, sobretudo porque as expectativas do investimento publicitário para o próximo ano também não são agradáveis. O foco, infelizmente, está muito centrado no controlo dos custos.
"SIC tem sido a menos penalizada."
É possível conciliar a prioridade no controlo dos custos e mesmo assim almejar a liderança das audiências? (pausa) É difícil, como é evidente, não vale a pena negar. Toda a gente sabe que fazer televisão é caro. Os programas são caros, os direitos são caros, a produção é cara. Obviamente, nestas circunstâncias, é mais difícil obter a liderança. Mas para nós é muito reconfortante que nos últimos anos nos tenhamos aproximado do nosso concorrente directo.
Mas, sejamos francos, é mais por descida da TVI do que por subida da SIC. A realidade hoje é muito mais complexa e o que é certo é que a SIC, mesmo com o cenário da nova medição de audiências, tem sido a menos penalizada. Em Julho, por exemplo, ficámos muito perto da TVI e no prime time ficámos mesmo à frente.
À custa de um forte investimento na ficção, que obrigou a SIC a contratar em exclusividade uma série de actores que estavam a trabalhar com a TVI. Claro, mas isso é também o mérito da forma como temos vindo a trabalhar. No passado, a SIC não tinha uma estratégia consistente na ficção. Fazia agora uma novela, depois parava, depois voltava a fazer. Desde que entrei temos, de uma forma consistente e sempre a melhorar, feito uma aposta na ficção nacional e ainda por cima diferenciadora da da nossa concorrência. Criámos condições para ter a oferta em linha de, pelo menos, uma novela portuguesa.
Quanto é que custa à SIC o contrato com a Globo? (pausa) Não gostaria de estar a dizer números, até porque isso está nos termos da nossa relação contratual com a Globo. O que posso dizer é que nos últimos dois anos conseguimos com uma extraordinária colaboração com a Globo, que muito nos apraz registar e que quase nos comove, reduzir bastante o nível de compromisso que tínhamos com eles.
O negócio continua a compensar?
Sim, claro. A relação preço/retorno continua a compensar. Até porque o preço em grelha é muito mais baixo que o de uma novela portuguesa...Sim, em alguns casos até metade do que gastaríamos se tivéssemos lá um outro produto.
Mas, neste contexto de dificuldades, é difícil à SIC conseguir criar habituação em relação às novelas portuguesas. Só com uma novela portuguesa em horário nobre é difícil. Sim, é, não vou negar (risos). O ideal era termos duas novelas portuguesas à hora do jantar, mas não vamos poder fazer. Por razões orçamentais, claro. Mas já agora, os resultados de Laços de Sangue a competir com três novelas foram extraordinários. Significa que há espaço para criar uma nova ficção alternativa, com uma nova estética, com uma nova forma de escrita.
"A Globo é importante para a SIC."
O que a SIC tem a lucrar com a Globo é o que tem em cima da mesa ou é possível esperar mais? A Globo já disse que não está disponível para reforçar a sua participação na SIC, o que resolveria um problema de liquidez. Tem pena? (pausa) Bom, esse é um problema que está ao nível dos accionistas. O dr. Balsemão já disse que não houve conversas nem negociações. Para a SIC será importante um maior envolvimento da Globo na nossa produção. Iremos iniciar a negociação em breve para a extensão dessa parceria. Há vontade de ambas as partes para trabalharmos numa nova parceria. Não tenho dúvidas de que para a SIC isso será muito útil, mas também para a Globo, tendo em conta que eles têm uma estratégia de internacionalização que passa por Portugal.
Através da tal produtora a criar entre a SIC e a Globo, com recurso à SP?
Sim, uma das hipóteses em cima da mesa é essa. Há cerca de um ano eu e o dr. Pedro Norton tivemos uma reunião em São Paulo para começar a trabalhar no projecto de uma produtora SIC Globo em Portugal. Esse projecto tem vindo a ser trabalhado, é lento e implica várias variáveis e em breve teremos uma decisão. É possível e desejável.
"Teresa Guilherme errou nas previsões."
Muito bem, mudemos de assunto. Faço-lhe uma provocação (risos)...
(risos) Diga... O sucesso de Casa dos Segredos e de Teresa Guilherme é uma espinha cravada na sua garganta? (pausa) Não, de todo. Não tenho nenhum problema a esse nível com a Teresa Guilherme. Porque é que havia de ter? Era previsível que Casa dos Segredos corresse bem, era para mim claro que isso ia acontecer. A nível de casting houve uma grande preocupação com esta edição.
Não gostou seguramente de ler uma entrevista que Teresa Guilherme deu há dois anos em que dizia que Luís Marques era o coveiro da SIC. (pausa) Não, é evidente que não gostei. Há quem diga que a Teresa Guilherme gosta de esoterismo, de tarot e desse tipo de coisas, mas, pelos vistos, desta vez falhou. Ela disse isso em 2008 ou 2009 e desde então para cá a SIC melhorou, não piorou. A SIC não está com os pés para a cova. Portanto, Teresa errou nas previsões.
Passaram seis meses desde que se estreou o Querida Júlia, mas a SIC continua com óbvias dificuldades na manhã. O que é preciso mudar para a SIC começar a morder os calcanhares à TVI? A Júlia Pinheiro tem feito algumas mudanças no programa e os resultados estão mais ou menos em linha com o que nós esperávamos. Ela está a combater no horário mais difícil em Portugal, tendo em conta que as manhãs têm há muito uma oferta estabilizada, quer na RTP quer na TVI. Estou convencido que ela, pouco a pouco, vai ganhando públicos e audiências.
OK, portanto, acha que é possível derrotar as manhãs da TVI com Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira lá? Acho. Vamos lá ver, é evidente que não é fácil, e isso é mérito deles (...). Vai demorar tempo, mas a Júlia tem a experiência, o conhecimento e o talento para, pouco a pouco, se aproximar.
É preciso repensar o day time? O modelo de day time das televisões generalistas, assente em talkshows populares e novelas, ainda faz sentido, ou chegará o tempo em que será preciso reinventar esse conceito? É uma boa pergunta. Acho que isso vai acontecer um dia, não sei bem quando. Mas, tendo em conta o tipo de público que está disponível para ver televisão a essas horas, estes programas são os ajustados. Além disso, este tipo de programas tem um potencial de receitas difícil de igualar.
Fonte: Noticias TV
Com um ______ destes à frente é claro que está em risco!
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=1TOizRyZEZc&feature=player_embedded
ResponderEliminarÉ por isto que a sic NUNCA será como a tvi.
Só faltou falar sobre quando é que se vai embora.
ResponderEliminarGostei da entrevista do Luís Marques.
ResponderEliminarEla pode tirar dúvidas a muitos disparates, que os anti-Sicistas, na ânsia de elevar a sua TVI, têm dito no Blog, dizendo verdades, como por exemplo:
a aproximação mais que visível da SIC e TVI, ( em Julho a SIC ganhou o horário nobre), a subida da SIC nas finanças, os tempos dificeis que se avizinham para as 2 privadas,( também para a TVI, na minha opinião a mais afectada pela dívida milionária da sua patroa), a aposta da SIC na ficção nacional com êxito, a parceria com a Globo, muito vantajosa, a produtora SIC \Globo, a corrida para o 1º lugar da Júlia Pinheiro nas manhãs( na tarde «Boa Tarde» já está em 1º, batendo a Fátima Lopes, quem diria)?
Mais uma vez as peixeiradas da Teresa Guilherme, que se mete com todos!
A propósito, segundo o DN, a Teresa Guilherme, que se afirmou melhor do que a Júlia Pinheiro, perdeu com o seu BB 100 mil espectadores, em relação à Júlia.
O «SS» da Teresa Guilherme está nos 12% de média de rating, contra os 13% da Júlia Pinheiro.
«Pela boca morre o peixe»!
mas qual aproximação da sic à tvi????????????
ResponderEliminara sic é a menos vista das três generalistas ainda ontem registou 19% de share e ainda têm a lata de vir para aqui dizer alarvidades destas?
a julia pinheiro anda a correr para o 1º lugar?
só se for o 1º a contar dos ultimos pois a senhora está no ar há quase um ano e ainda ontem registou 17% de share!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
e a teresa guilherme que foi despedida da sic anda a dar tareias diárias ao programa dos gordos que toda a gente menos a direcção de programamas da sic sabia que iria ser um fiasco.
QUERO VER QUANDO VIER DANCIN DAYS SE VAI HAVER GENTE AQUI A COMENTAR DE PEITO CHEIO...
ResponderEliminarA TVI QUE SE PREPARE PARA SER ESPEZINHADA NO QUE TOCA A NOVELAS...
COM LAÇOS DE SANGUE FOI O QUE FOI, ENTÃO COM 1 REMAKE DE UMA PRODUÇÃO BRASILEIRA, A TVI QUE COMECE A PREPARAR A COVA PARA SE ENTERRAR...E DE VEZ...
Com os actores medíocres e desconhecidos que a sic tem em carteira Dancin Days será mais um grande flop à semelhança do que está a acontecer com Rosa Fogo pois não há trama, por muito boa que seja, que resista a um elenco fraco.
ResponderEliminarAHAHAHAH isso é o que veremos, se for como a Rosa Fogo, é melhor CALARES A BOCA!
ResponderEliminarVoces so mandam ameaças e factos nem VÊ-LOS!
A TVI é lider a 62 meses consecutivos,a SIC já passou a história, quer com Julia Pinheiro, Gabriela Sobral e os actores de meia tigela que voces têm que nem se comparam aos da TVI!
O Que é que é uma Joana Santos/Diana Chaves comparada com a Rita Pereira ou a Sofia Ribeiro, ou a Mariana Monteiro?!
o que é que é uma Helena Laureano/Rogério Samora comparada com a Alexandra Lencastre ou o Paulo Pires?!
CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS!
Miguel, a TVI já deixou de ser líder há muito tempo! Por acaso não vê as audiências diárias?
ResponderEliminarTambém vai na cantilena sacana e de mau perder da Media Capital, que elimina o vencedor Cabo, dividindo as audiências pelos restantes canais?
Então quem tem a tarefa de medir as audiências? A Marktest ou a Media Capital?
A Marktest, a única medidora de audiências em Portugal, considera no gráfico total das audiências 5 contendores: RTP, RTP2, TVI, SIC e Cabo\Outros, que perfazem os 100%.
Eliminar o vencedor e dividir pelos restantes...é uma IRREGULARIDADE que não convence ninguém!´
A TVI nem o ano vai ganhar, atendendo aos resultados vencedores que o líder Cabo continua a ter em Novembro, a ganhar todos os dias!
A TVI já nem se lembra de ganhar! Nem com o Benfica consegue!
Umas vezes em 3º, por vezes em 4º e algumas vezes em 2º!
Um líder ganha sempre! Não anda nos 23% e 24%!
A Cabo é um conjunto de canais, é obvio que a soma das audiencias desses canais vá dar mais que ao da TVI QUE É UM UNICO CANAL!(não quero dizer com isto que a cabo não tenha subido)
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