sábado, 3 de dezembro de 2011

Pedro Lopes comenta novela de Patrícia Muller


Depois de ‘Laços de Sangue' a SIC estreou ‘Rosa Fogo' (de Patrícia Muller). O que está a falhar para não cativar tanto público? Não está nada a falhar. Não há é fórmulas para o sucesso de uma novela. As questões da programação na estação onde a novela é exibida e nas outras pode contribuir para o sucesso ou não, mas o produto em si não tem nenhum problema.

O facto da Globo não estar presente nesta novela poderá ser uma explicação?
Não, porque como lhe disse não acho que a novela tenha qualquer problema. Temos excelentes profissionais em Portugal, a novela tem excelentes actores, o projecto está bem elaborado e, portanto, não partilho das críticas que lhe fazem.

Actualmente quem tem as melhores novelas? A SIC ou a TVI? Na SP, com a aposta da SIC, trabalhamos para oferecer a melhor ficção e tentar superar a concorrência directa que temos. Agora, temos uma diferença: a TVI tem em exibição três, quatro novelas e nós estamos a produzir uma, o que torna um bocado difícil a comparação. Quero acreditar que aquilo que fazemos possa ter mais qualidade, mas deixo isso para os críticos da especialidade e, sobretudo, para o público.

Já escreveu séries e novelas. Quais as principais diferenças? A novela exige uma capacidade de trabalho muito grande, lidamos com muitos núcleos de personagens. E temos sempre de criar um ‘gancho' para agarrar o público. Além disso, as novelas vivem da vida privada das personagens o que nas séries, muitas vezes, não acontece. A diferença passa muito pelo estilo de escrita.

O que gosta mais de escrever? Quero é poder fazer tudo! Não quero só fazer séries ou telenovelas. Quero contar histórias. Quero escrever dramas, quero escrever humor e tenho tido a felicidade de poder escrever coisas muito diferentes.

Qual o projecto em que mais gostou de trabalhar até agora? É muito complicado. Todos os projectos que tenho feito têm-me dado muito prazer. A escrita é muito obsessiva e, portanto, aquilo em que se está a trabalhar é sempre a escolha do momento. Por isso, neste momento, a minha opção é o ‘Dancin' Days'.

Houve algum projecto que tenha contribuído decisivamente para o seu crescimento como autor? Esta última fase das novelas, o ‘Perfeito Coração' e o ‘Laços de Sangue', foi fundamental para a minha aprendizagem. Escrever para um canal que é líder de audiências [TVI] é mais confortável e quando me mudei para a SIC o desafio foi enorme. Quando é lançado o desafio de tentar superar a TVI é uma grande responsabilidade e aí senti um crescimento como autor porque me quis superar.

Pela sua experiência, quais as diferenças entre as produções dos dois canais?
Hoje em dia a tecnologia está acessível a todos e, portanto, a diferença não é tecnológica. Há é diferenças de conceitos e obviamente pessoas diferentes que estão a trabalhar o mesmo género. Quando a SP criou a sua equipa criou-a pensando numa determinada identidade para a sua ficção e a SIC escolheu a SP como parceira porque achava que essa identidade se adequava mais àquilo que é a estação e que é o seu público. Mas não há uma resposta simplista para quem é o melhor ou o pior.
Correio da Manhã

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