- Quando lhe perguntam "O que dizem os seus olhos?", responde sempre que "o melhor ainda está para vir". É a ambição que o move?
- Sim, e é a certeza de que outro tipo de pensamento não seria saudável. Se achasse que o melhor já passou viveria em angústia permanente.
- Como surgiu a ideia de publicar vinte entrevistas do ‘Alta Definição’?
- A televisão passa muito rápido e há coisas que as pessoas viram de passagem e não retiveram da melhor forma. Assim está escrito. A ideia era que coubessem muitas mais.
- Qual foi a entrevista mais difícil de fazer?
- Há entrevistas difíceis por razões diferentes. A do António Feio foi difícil porque estava a caminhar sobre uma linha muito ténue entre o que é privado – relacionado com a doença – e aquilo que ele queria expor. O que fiz foi deixar--me levar pelas respostas. A do Vítor de Sousa também foi difícil porque ele tinha acabado de expor a sua intimidade [sobre homossexualidade], e o tom das perguntas podia ser ofensivo.
- Diz que o segredo das suas entrevistas é nunca se sentir superior ao entrevistado. E inferior, já se sentiu?
- Não. Sinto-me em pé de igualdade. O nosso propósito é o mesmo. Sinto que há um momento de partilha em que eu tento descodificar uma série de detalhes. Sentir-me inferior significaria que eu estaria fascinado ou com receio de alguma coisa. E também não me sinto superior porque há tantas coisas que não sei e que aquelas pessoas que estou a entrevistar sabem que seria errado, do ponto de vista humano, pensar que não tenho mais nada para aprender.
- Há alguém que quisesse muito entrevistar e tenha recusado?
- Que tenha recusado não, mas falta-me entrevistar muitas pessoas, como o presidente do FC Porto. Além disso, queremos abrir o leque dos convidados ao âmbito político.
- Já houve alguma resposta positiva nesse sentido?
- Já. Concretização da mesma é que ainda não, por força das agendas.
- Acha que os políticos se expunham "sem maquilhagem e sem tabus"?
- Acho que é um grande desafio. Tem muito a ver com a forma como os espectadores os vão receber.
sou do brasil e assisto pela sic internacional. parabéns pelo programa. e daniel oliveura sabe muito bem conduzir uma bela entrevista. abraçosss
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