terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MIguel Stanley em entrevista à Caras

O médico dentista, de 38 anos, admite que fechar a mega clínica que tinha em Santos foi uma lição de humildade, e diz que agora que é apenas consultor numa nova clínica tem mais tempo para fazer aquilo de que gosta: pôr as pessoas a sorrir.

Dias antes de estrear o seu programa, Dr. White – exibido na SIC aos sábados à noite –, foi divulgado na imprensa que os bens da clínica que Miguel Stanley tinha na Av. D. Carlos I, em Santos, estavam penhorados e seriam levados a leilão devido ao incumprimento de pagamentos às finanças. “É muito fácil criticar e apontar o dedo, e vivemos num país em que muitas pessoas tiram prazer da desgraça alheia”, critica o médico dentista, defendendo-se:

“Tenho orgulho no trabalho que temos desenvolvido e estou confiante que, na instância própria, vamos conquistar aquilo que merecemos, que é estar em paz.” Aos 38 anos, o autor de alguns sorrisos famosos – como o de Paulo Portas ou de Cristiano Ronaldo – marcou encontro com a CARAS para nos falar do programa que idealizou, e no qual se propõe a mudar a vida de 56 concorrentes, mas também da sua vida pessoal, que partilha com a galerista norte-americana Alana Haddi, dez anos mais nova, com quem planeia formar família.



– Qual é a primeira coisa em que repara quando conhece alguém?

Miguel Stanley – Observo a linguagem corporal e tento perceber se a pessoa está confortável consigo própria, através da maneira como se apresenta e me aperta as mãos, o sorriso, o brilho nos olhos... Ou seja, se está viva ou apagada. Gosto de pessoas vivas.

– Tendo em conta a sua profissão, como consegue evitar olhar para os dentes dos outros?

– Nos primeiros anos de profissão olhava, mas, com o passar do tempo, fui treinando para não olhar quando estou fora da clínica, e comecei a dar mais atenção à pessoa em si. Talvez isso que me tenha ajudado a desenvolver outras áreas que hoje em dia dirijo na clínica: cirurgia plástica, nutrição, dermatologia, psicologia clínica.

– Deixou, então, de ser médico para passar a ser gestor?

– Não. Estou em prática privada há 13 anos, tenho um leque muito grande de clientes pelos quais tenho o maior respeito. Passo grande parte do meu dia como médico-dentis­ta mas, com organização e um trabalho de equipa inacreditável, consigo gerir as outras áreas também, portanto é uma combinação das duas.

– Consegue delegar tarefas?

– Nunca tirei um curso de ges­tão, portanto, é tudo à base de experimentação: se não resultar, volto atrás. Não tenho é medo de arriscar. Prefiro ‘bater com a cabeça’ e aprender do que não tentar. Tive de aprender a delegar.

– A clínica White está fechada?

– Sim, fechou há um mês. En­tretanto, um grupo de investidores internacionais, que acreditou nas minhas capacidades de crescimento como médico e na minha equipa, tornou possível uma clínica nova em Miraflores, na qual se encontram todos os elementos da equipa que está no programa Dr. White. A clínica pertence a um novo grupo e estou muito contente por já não ser empresário em Portugal. Já não sou o dono da clínica, sou consultor, e posso voltar a fazer aquilo que faço melhor, que é pôr as pessoas a sorrir. Tenho mais tempo para ser médico dentista, para gerir a minha equipa e para estar feliz, que é importante também.

– Deve ter-lhe custado muito fechar a porta da sua clínica...

– Foi a maior lição da minha vida, foi uma lição de humildade. Sou uma pessoa muito pragmática. Sou cirurgião, portanto, quando há um problema, excisamos o problema, suturamo-lo, e a pessoa fica curada. Na altura, estava mais preocupado com as cerca de 40 pessoas a quem dou trabalho do que comigo. Eu não me podia ir abaixo. Foi um negócio muito arrojado, mas tive de conduzir o percurso da melhor forma possível. Se tive pena? Trabalhei muito, não tive pena, aprendi muito.

– Não acha arriscado expor-se com a estreia de um programa com a sua assinatura na mesma altura em que é divulgada uma dívida avultada relacionada com a clínica?

– Primeiro, a dívida pode parecer grande para muita gente, mas é proporcional ao meu negócio. Sou conhecido por não falar publicamente sobre a minha vida pessoal, como tal, achei importante não dar muita atenção a essas notícias. Acho que, por ser conhecido, houve um exagero da parte dos media em relação a este caso, cuja origem parte de grupos que não têm interesse em que eu ou a minha clínica tenhamos sucesso. Estou perfeitamente confiante e tranquilo. Não há nada que não esteja bem documentado e que não esteja acima da média no que diz respeito à conduta. O que quero deixar bem claro é que fui alvo de uma série de circunstâncias que dificultaram muito o processo da White. Não foi por má gestão do negócio, não foi nunca pela qualidade dos nossos atos médicos, antes pelo contrário. Mas volto a reiterar: tenho orgulho no trabalho que temos desenvolvido e estou confiante de que, na instância própria, vamos conquistar aquilo que merecemos, que é estarmos em paz.

– Pessoalmente também procura o culto do corpo e a busca da perfeição como algumas das pessoas que o procuram?

– Tenho fases. Não chamaria culto... É público que, durante muitos anos, trabalhei como mane­quim para pagar as propinas da faculdade. Venho de uma família em que cada um de nós precisa de trabalhar para pagar as suas coisas. Nunca ninguém me deu nada e ainda bem que assim foi, tenciono educar os meus filhos da mesma forma... Mas desde 1998 que deixei de me preocupar com a minha imagem. Obviamente que, por aparecer na televisão e estar todos os dias com os meus pacientes, tenho de ter uma aparência minimamente cuidada. Gosto de comprar roupa bonita, embora acabe por vestir sempre a mesma coisa, e em relação ao corpo, cuido da minha dieta com a ajuda da Dra. Iara Rodrigues e o personal trainer Pedro Batista, mas, devido às minhas obrigações internacionais, que incluem palestras e congressos, não tenho muito tempo disponível. No entanto, uma das minhas determinações para 2012 é voltar ao ginásio, não pelo culto do corpo, mas para estar saudável e sentir-me bem.

– Quem é que o faz sorrir neste momento? Já apresentou algumas namoradas...

– Tenho uma namorada norte-americana. É uma grande ami­ga, alguém que me põe bom disposto, principalmente porque partilhamos o sentido de humor.

– Vivem juntos?

– Ela vive comigo quando está em Portugal, mas eu também passo muito tempo em Los Angeles. É dona de uma galeria de arte com bastante sucesso em Beverly Hills, e procura arte em todo o mundo para expor na galeria. Eu também tenho uma paixão por arte.

– Em novembro de 2005, em entrevista à CARAS, dizia que era muito novo para ser pai. E agora?

– Já lá vão muitos anos [risos]. Acho que já estou pronto... Sinto que a aventura que foi a construção do projeto White, a idealização, conceção, construção e execução do programa Dr. White foram desafios tão grandes que a paternidade deve ser fácil! Estou a brincar. Sim, estou pronto e acho que seria uma grande alegria tanto para os meus pais como para os pais dela.

CARAS

3 comentários:

  1. A experiência da VIDA consiste em conservar o coração jovem. Que DEUS O ABENÇOE SEMPRE.....

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  2. Admiro a personalidade que demonstra nesta pequena entrevista, mas o fato que realmente me faz escrever este comentário é lamentar o fim do programa que poderia ajudar tanta gente, inclusive a mim, e que começou sem que ninguém soubesse de inscrições, e acaba com sabor de quero mais, sabe alem do bem que o mesmo fazia as pessoas, dava notoriedade a vcs. e sei que a SIC de certeza nada ficaria perder, mas infelizmente como sempre aqui temos a mania de fazer programas de pouca duração não importa o sucesso dele, mas ficaria muito feliz se voltassem e fosse divulgado com antecedência para poder inscrever-me,e talvez ai poderia superar muito do que me doí, mas parabéns por tudo que fizeram,foi lindo ver as pessoas felizes.Obrigada.

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  3. PARABÉNS!!!pelo seu trabalho e notasse k é um ser humano mto humilde e k nao tem medo de enfrentar a vida...boa sorte vc merece tdo de bom, e nao tem medo de falar a verdade coisa rara hoje ...beijos

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