"SIC Opinião" - Sem sobressalto

 

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Rosa Fogo não é uma má novela. Ou melhor, não é pior do que todas as outras que são exibidas na televisão portuguesa. Uma história normal, algumas interpretações acima da média e muita palha para esticar a trama. Nada de novo, portanto. Mas ao final de uma centena de episódios, é justo dizer que, independentemente do talento de alguns atores, está abaixo da sua antecessora, Laços de Sangue, também produzida pela SP Televisão, mas em parceria com a Globo. Está abaixo no ritmo da história, no cuidado com que o produto final foi embalado. Irene Cruz, Rogério Samora, Ângelo Rodrigues, Lídia Franco e Maria Emília Correia são, para mim, os que estão melhor. Quanto ao resto, há um punhado de algumas (boas) surpresas e uma mão cheia de (más) confirmações. No que toca a audiências, Rosa Fogo está acima da média da estação, mas francamente abaixo de Laços de Sangue. A produção protagonizada por Diogo Morgado, Diana Chaves e Joana Santos registou em 2011 uma média de 954 mil espectadores, precisamente mais 200 mil do que Rosa Fogo leva por esta altura. Já aqui o disse: o caminho faz-se caminhando e a SIC só muito recentemente apostou claramente na industrialização das suas novelas, como forma de concorrer a ficção há muito implantada da TVI. Depois do sobressalto que foi Laços de Sangue - pela primeira vez uma novela de Carnaxide bateu-se de igual para igual com uma de Queluz de Baixo - a expectativa era alta. Rosa Fogo não compromete a estação, mas não aproveitou a embalagem mediática do Emmy conquistado pela antecessora, para dar o salto que se esperava.

CRÓNICA DE TV, por NUNO AZINHEIRA, em Diário de Noticias