terça-feira, 24 de abril de 2012

"AUMENTO DO CONSUMO TELEVISIVO É ARTIFICIAL"

O caderno de encargos para a auditoria ao sistema de audiências da GfK foi aprovado na passada segunda-feira no seio da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM). Embora, a SIC e a APAN, associação que representa os anunciantes, tenham votado contra a inclusão de uma questão específica sobre a representatividade do painel, essa pretensão terá sido chumbada, pelo que a sua aprovação acabou por ser consensual. Por definir está ainda a empresa internacional que ficará encarregue de levar a cabo a auditoria externa. Mas se este processo parece estar encaminhado, certo é também que novos episódios se vão somando ao processo de medição de audiências.
Em declarações, Manuel Falcão, director-geral da Nova Expressão, que integra a direcção da APAME, associação das agências de meios, adianta que a “CAEM reconheceu, no passado dia 16 de Abril, que a regra relativa ao constant viewing (número máximo de horas de visionamento que pode ser considerado) não estava a ser aplicada correctamente – o que induzia a números artificiais sobre aumento de consumo de televisão e, em consequência, à existência de ratings maiores do que aquilo que seriam, na realidade, se as referidas regras fossem aplicadas”, frisa o profissional. E prossegue: “O efeito prático desta não observância e correcta aplicação das regras tem um efeito directo no preço da publicidade em televisão (já que os ratings assim são mais elevados) – e por isso espanto-me que esta questão técnica tenha sido ignorada”, observa ainda. Manuel Falcão considera que “têm estado a ocorrer simultaneamente várias situações que têm contribuído para o descrédito do sistema de medição de audiências de televisão, uma ferramenta essencial para o correcto funcionamento do mercado”, e enumera algumas. “Em primeiro lugar falhas diversas, nunca suficientemente explicadas, que provocaram audiências zero ou erros de atribuição em vários canais durante períodos de tempo variáveis”, realça. Em segundo lugar, continua, “alguns resultados estranhos nas medições dos canais por assinatura, como o persistente destaque da TPA no Sul do país”. Outro dos exemplos neste contexto remete para o facto de no sábado, dia 14 de Abril, o canal de cabo mais visto no Alentejo ter sido o Food Network.
Outros lidera em cinco de sete categorias
O responsável alerta ainda para “a elevada percentagem de espectadores classificados como Outros, e que engloba um número muito elevado de utilizadores com consumos não determinados”. Num post que colocou na sua página do Facebook, Manuel Falcão, refere que de acordo com os dados de audiências, fornecidos pela CAEM e elaborados pela GfK, entre 1 e 12 de Abril o item Outros “foi contactado por 98,6% do universo do estudo. Este segmento, que engloba jogos de computadores, visionamento de DVD’s, visionamento de gravações de programas e outras coisas que ainda não foram esclarecidas, liderou a cobertura em cinco dos sete grupos etários”, escreveu o responsável na rede social. “Nos indivíduos com mais de 45 anos o Outros foi o canal que mais pessoas contactou. A medição indica que o grupo dos +75 anos foi o segundo com maior percentagem de indivíduos que diariamente contactou com o Outros (um reach médio diário com 56,8%, logo abaixo dos 35/44 anos que teve 57,1%). O 15/24 anos foi o segundo grupo etário com menor penetração diária do Outros”, concluiu. Contactada, Manuela Botelho, secretária geral da APAN, limita-se a comentar: “Sobre esta matéria nada temos a dizer. Trata-se de um tema técnico e complexo tratado ao nível do Comité Tecnico Consultivo da CAEM”
Fonte: Meios & Publicidade

3 comentários:

  1. Peço a um anónimo de escreveu aqui que se quiser volte a escrever o seu comentário porque o apaguei sem querer!

    As minhas desculpas.

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  2. A Marktest também considerava o CABO\OUTROS, NAS AUDIÊNCIAS!

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  3. A Marktest também considerava o CABO\outros nas audiências!

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