COMO SE COBRA PUBLICIDADE QUANDO NINGUÉM SE ENTENDE NAS AUDIÊNCIAS?

sábado, 7 de abril de 2012


A confusão está lançada nas audiências de televisão. A TVI desistiu dos dados da GfK, a atual fornecedora, juntando-se à críticas da RTP que considera que os dados de audiências não são fiáveis.

O problema poderia ser só uma questão de guerras de audiências. Mas não é. É com base nas audiências que os anunciantes pagam às televisões pela publicidade que transmitem. E a televisão, além de ser o meio em que as marcas mais investem, é aquele que serve de baliza para a definição dos preços nos restantes media, como a imprensa, a rádio, publicidade exterior ou cinema.

Apesar das dúvidas em torno da fiabilidade dos números que saíram para o mercado sobre o desempenho em termos de audiência da estação, a RTP avisou as agências de meios que a faturação de março será feita com base na medição das audiências feitas pela GfK.

Contatada sobre este assunto, fonte oficial da RTP limita-se a dizer que "a faturação da RTP será feita de acordo com a dos outros operadores de televisão". A TVI, estação que na semana passada decidiu abandonar os dados da GfK, também não quis comentar este tema, nem adiantar se vai seguir o mesmo procedimento da RTP. Comentários só para depois da reunião da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM) - organismo de auto-regulação que reúne operadores de televisão, agências de meios e anunciantes - agendada para dia 11.

A apresentação de qualquer outro tipo de dados nesta fase sequer é uma possibilidade aceite pelo mercado. Afinal, lembram as fontes, há um contrato assinado pelos operadores de televisão, pelas associações das agências de meios e dos anunciantes que determina que são os dados da GfK, empresa escolhida depois de um concurso público, que servem de base para o cálculo dos montantes a pagar pelos anunciantes às estações de televisão.

O tema da medição das audiências vai ser o foco da próxima reunião da CAEM. Desde o arranque em março do novo sistema de medição, os dados fornecidos pela GfK têm sido objeto de contestação pela RTP que, entre outras questões, apontava falhas à constituição do painel que serve de amostra para a medição das audiências, onde estaria subrepresentada a população mais idosa. Falhas na entrega dos dados, programas que, de um momento para o outro, deixavam de ter audiências, o canal da estação pública angolana TPA ter liderado no cabo no Algarve, por exemplo, foram-se acumulando. Resultado? A 12 de março a decisão da CAEM, por proposta da RTP, de avançar com uma auditoria ao sistema feita por uma empresa independente. A TVI não quis esperar pelos resultados da auditoria cujo os termos do caderno de encargos serão apresentados pela direção da CAEM na próxima reunião.

Fonte: Dinheiro Vivo

1 comentários:

  1. A TVI não quis esperar pelos resultados da auditoria ao sistema, feita por uma empresa independente, porquê?

    Afinal há um contrato assinado pelos operadores de televisão, pelas associações das agências de meios e anunciantes( que fazem parte da CAEM), que determina que são os dados da GfK, escolhida em concurso público, que servem de base ao cálculo do montante a ser pago pelos anunciantes às televisões!

    Se a TVI quebra o contrato, e estando em minoria, demite-se da GfK, demite-se também do pagamento feito pelos anunciantes!

    Um jogo esquisito o da TVI, que quer a liderança à força, embora não a mereça!

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