Quando
eles trocam as artes…
São cada vez mais os exemplos de músicos que entram no mundo
da representação e de atores que mostram os seus talentos vocais. Fazer
carreira nas duas áreas é tarefa difícil. Atores que cantam e músicos que representam. A troca não é de agora, mas
nos últimos anos uma série de exemplos nacionais veio dar força à complementaridade
entre as duas artes.
Atores que se aventuraram na música e de músicos que decidiram apostar
na representação, uns com mais sucesso que outros, e a lista não pára de
crescer. Ângelo Rodrigues participou em "Morangos Com Açúcar" e na novela "Deixa Que Te Leve" na TVI, mas ganhou
popularidade na novela da SIC, "Laços de Sangue" e atualmente como Estêvão, protagonista de "Rosa
Fogo". Decidiu aproveitar
o momento para lançar o seu primeiro CD, de no me ‘Angel-O’, um desejo que perseguia "desde os 13 anos". Para Ângelo Rodrigues, "música e representação são duas vertentes que se completam", contudo ressalva que "a versatilidade é inimiga da perfeição". Ainda assim, acredita "que com determinação e dedicação tudo é possível".
Com vários álbuns já lançados, e uma
carreira cimentada na música, Lúcia
Moniz, é até hoje uma das mais bem-sucedidas intérpretes portuguesas no
Festival Eurovisão da Canção. Ela tem conseguido conciliar a carreira musical
com a representação, fez a novela "Vingança" na SIC e conseguiu, inclusive, ganhar visibilidade
internacional, com a participação no filme ‘O
Amor Acontece’ (2003).
Outros nomes não poderiam faltar na lista, como Débora Ghira – conhecida de "Morangos com Açúcar", TVI e da novela "Laços
de Sangue" na SIC, mas também como DJ Mayna. Igualmente Susana Félix, que se
celebrizou na música e fez participações em vários produtos de ficção, como "Ganância", SIC e "Nome de Código: Sintra" na RTP.
Mas a história não se construiu nos últimos anos e já antes nomes como Nicolau Breyner e Ana Bola, ambos ex-participantes do Festival RTP da Canção e atores
consagrados na atualidade, mostraram que música e representação são, muitas
vezes, artes que se casam.
Pedro
Laginha diz que "as pessoas conheceram-me primeiro como ator apesar de fazer
música há tanto tempo como represento". O vocalista dos Mundo
Cão, banda que se prepara para lançar um novo álbum até ao final do ano e
que, antes disso, atuará no Rock in Rio
2012, afirma que "a carreira de
ator e de música são duas coisas que se vão tocando minimamente mas são
diferentes". Pedro Laginha, que
está atualmente a gravar o remake de "Dancin’Days",
lamenta que em Portugal as pessoas tenham dificuldade em aceitar "que é possível fazer as duas coisas
igualmente bem". "Às
vezes, fazem aquele comentário ‘O que é que o ator faz na música?’, isso já me
aconteceu várias vezes. Mas tem a ver com preconceitos e em Portugal somos
muito preconceituosos. É complicado para as pessoas encararem alguém que
consegue fazer mais que uma coisa", diz. Ainda assim, acredita: "O tempo e o trabalho vão mostrando
que podemos ser igualmente bons nas duas coisas".
Já Adelaide Ferreira, quase sempre associada à música, mas com uma
longa carreira na ficção, considera que "nem
sempre é fácil conciliar as duas coisas". "Das vezes que tenho feito
novela dedico-me profundamente ao trabalho. Por outro lado, estou tão habituada
aos concertos que eles não me requerem tanta entrega", acrescenta. O
seu último trabalho regular na TV foi a novela "Podia Acabar o Mundo" na SIC, não tem dúvidas de que "estas áreas estão interligadas porque
na música, tal como na representação, também se trabalha com emoções".
"Sou incapaz de cantar sem pensar nas palavras que estou a cantar, sem as
interiorizar e dar-lhes o verdadeiro sentido", diz. Acima de tudo, Adelaide Ferreira, considera-se "uma intérprete, seja de teatro ou de
música".
Fonte: Correio da Manhã
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