terça-feira, 12 de junho de 2012

PAULO FUTRE TEVE REUNIÕES PARA PROGRAMA NA SIC


Qual foi a sensação de saber que a novela Laços de Sangue tinha ganho o Emmy?
Fiquei surpreendido, mas também senti-me orgulhoso, apesar de ter sido uma gota de água dentro daqueles grandes craques com que tive oportunidade de trabalhar naqueles dias. Foi uma grande experiência para mim em todos os aspectos. Trabalhar com grandes fenómenos, seja a experiência em si. Aprendi muito também para o que fiz depois no programa. A situação das câmaras foi uma coisa que nunca tinha feito e foi maravilhoso.

Nessa altura tinha um convite para um talk show e depois aparece na ‘Noite do Futrebol’. O convite era da SIC? Tive negociações que não chegamos a nenhum acordo.

Com a SIC? Sim, com a SIC. Sinceramente nem sei porque não chegamos a acordo. Tivemos umas reuniões, depois entrou o Verão e ficou por ali. Nada mais.

E depois a TVI e a ‘Noite do Futrebol’?
Depois, estamos a falar já no inverno, talvez Dezembro. Liga-me o grande ‘Mano Sousa’, o Sousa Martins. Tivemos uma reunião e na segunda já está o José Alberto [Carvalho] e a Maria José e depois surge tudo.

E como foi a questão da RTP?
Houve conversas. Sobre o que saiu, nem vou entrar se é verdade ou não, o que sei e o que sinto, com a experiência que ganhei nestes meses, é que não poderia ir para uma televisão, hoje, tendo um salário. Se abraço outro projecto destes irei sempre com ‘sponsors’ [patrocinadores]. Ou seja, irei dar dinheiro à televisão, como também para mim. Se tenho um ‘sponsor’ ganhamos todos, se tiver dez ganhamos todos, se não tiver nenhum ninguém ganha.

Além do Euro, havia um convite da RTP para um programa… Sim.

Foram essas conversas que existiram com o Luís Marinho e o Nuno Santos?
Sim. Estivemos a falar de tudo, daí a ter propostas a 100%...Estivemos a falar até que surgiu o ministro [Miguel Relvas]…e acho que com razão também. Simplesmente pensava que ele - também, sou amigo do Pedro [Passos Coelho] -, pelo menos podia perguntar: Isto é verdade? Por um lado estou de acordo, ele vê e tem de cortar logo. Mas também tive oportunidade de lhe dizer pessoalmente que isto não é bem assim.

Ao ministro?
Sim. Estivemos agora quando foi a homenagem ao Jorge Mendes e disse: isto não é bem assim. Posso levar ‘sponsors’, posso levar dinheiro para a RTP, ou para qualquer outro canal e se não houver ‘sponsors’ ninguém vai ganhar. Com a crise que está, mesmo eu sinto-me mal…

E qual foi a resposta? Ficámos de falar mais tarde. Passou-me o contacto do braço-direito dele…

As conversas com a RTP foram só com o Luís Marinho e com o Nuno Santos?
E também com o Hugo Andrade e com a directora comercial.

Nunca chegaste a falar directamente com o presidente da RTP? Não.

Ficaste surpreendido quando o viste desmentir a notícia?
Eu vejo-o a dizer ao ministro que não é verdade o que saiu…isto é uma situação que não tem nada a ver comigo. É igual a quando vim para o Benfica e o Presidente da República demitiu toda a gente na RTP. Era eu que estava metido nisto, mas no fundo não estava metido nisto.

O programa já tinha nome? Não, ainda não… E apresentador? Não vou dizer agora… Mas já estava definido... Sim. E é um campeão também…

Mas não está colocada de parte a hipótese de ter um programa na RTP…
Da minha parte não. Está tudo em aberto. Com a TVI também tenho uma relação excelente.

Mas na TVI sabiam que estava a falar com a RTP?
Sabiam, claro. Fui honesto, seja com o ‘Mano Sousa’ e com o José Alberto Carvalho.

E essa proposta ainda está em cima da mesa?
Agora está tudo em ‘stanb by’. Quando o ministro entrou não falamos mais sobre este tema. Mas o ministro tem razão. Vê aquilo e pára. Com a crise que está é normal. O que disse ao ministro, e ele não tem de dar explicação nenhuma a mim porque não me conhece de lado nenhum, apesar de eu ser amigo do Pedro Passos Coelho há muitos anos, o que disse foi: eu levo ‘sponsors’. Se levar um ganhamos todos, se levar zero, é zero.

Mas o ministro disse ‘não’ a um projecto que estava a negociar com a RTP…
Ele vê uma notícia e corta. Ali tem razão. Outra coisa é haver um projecto de futuro, em que haja uma parte social importante, em que estamos a ajudar os portugueses, em vez de metermos dois empregados por programa podemos meter muitos mais. Isto é crucial. Seguir esta obra e ainda por cima estar a dar dinheiro à RTP com ‘sponsors’.

E o projecto era para o cabo ou RTP1? RTP1.

Se voltares então, o modelo é levar sponsors para o canal… Sim. Seja a RTP ou outra, com a crise que está. Estarem a pagar-me e não terem um retorno, não em sinto bem com a crise que há.

Se pedisse uma aposta. O Paulo Futre vai voltar à televisão este ano, apostava que sim ou que não?
Pode ser possível. Acho que sim. A nível geral, as pessoas que viam o programa gostavam. Sejam mulheres, pelo que me dizia o ‘Mano Sousa’, muitos miúdos, tirando as pessoas que gostavam de futebol. Porque era um bocadinho de tudo. A parte séria, a parte para rir um pouco, e também o futebol. Era um programa em que podíamos ir à maior brincadeira, como foi o caso do Castelo Branco, como falar de um tema tão sério como a ETA.

O episódio do Castelo Branco foi o mais memorável da ‘Noite do Futrebol’ ou destacava outro?
Bem, acho que foi tremendo. Tive a convencer o Zé dois dias e também ele esteve em grande. Alinhou no jogo. É um dos momentos mais… porque é completamente diferente. E quando digo isto ao ‘Mano Sousa’, ele diz: vais dar cabo da minha carreira. Nunca mais me esqueço da reacção dele. Mas fizemos e é um momento incrível. Dos pontos mais altos. Sem dúvida.

Fonte: Correio da Manhã

1 comentário:

  1. Ele podia fazer um programa ás 18:30 de seg ás sex sucesso.

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