ELE É O SUCESSOR DE BALSEMÃO

domingo, 7 de outubro de 2012


Aos 44 anos, chegou à presidência da SIC e do grupo que detém a primeira televisão privada portuguesa. Elogia Balsemão, mas recusa a ideia de ser seu afilhado. Se chegou onde chegou, diz, foi à custa do seu mérito profissional. Pedro Norton, otimista com futuro da SIC, não esconde a preocupação com a indefinição do negócio dos media. A crise por que passamos não lhe permite garantir que não haverá mais despedimentos ou redução de salários. A primeira entrevista do novo patrão da Impresa, num almoço que se prolongou até às 16.30 do dia em que assumiu as novas funções.

Há vários anos que se dizia que Pedro Norton seria o futuro da SIC. Como é que um homem que se define, no seu blogue, como "forrado a nostalgia" pode ser o futuro de alguma coisa? [risos] É preciso contextualizar a história da nostalgia, foi uma brincadeira num blogue que é feito a pensar na recuperação de memórias afetivas.

Mas é uma expressão que o define enquanto tal? [pausa] Define-me naquele contexto. Não me considero estruturalmente nostálgico, mas às vezes é bom tirar lições do passado. E nesse sentido, respondendo à sua pergunta, não acho que seja contraditório. Temos de aprender e crescer com o passado para projetar o futuro.

Se há 20 anos, pouco depois de ter terminado a licenciatura na Católica, lhe dissessem que passadas duas décadas ia ser presidente da Impresa, o que diria? Nem sei. Aos 20 anos é óbvio que não pensava ser presidente da Impresa, mas é verdade que desde muito cedo orientei a minha carreira no sentido de vir para uma indústria de que gosto muito. À medida que fui conhecendo este mercado, fui percebendo que era isto que queria.

Era um jovem de certezas? Não, não. Ter dúvidas é muito saudável. Continuo a ter dúvidas todos os dias. Não tenho dúvidas existenciais sobre tudo e mais alguma coisa, são dúvidas limitadas. Mas tenho-as, sim.

Onde estava há 20 anos, às 16.30 do dia 6 de outubro de 1992? Às quatro e meia da tarde? Estava na SIC, a assistir ao nascimento da SIC. Não se esqueça de que eu já cá estava. Comecei a trabalhar na empresa em março desse ano e no dia 6 de outubro estava cá, entusiasmado, como todos os que cá estavam.

Na segunda-feira passada tornou-se oficialmente presidente da Impresa. O que sentiu nesse dia? É uma data simbólica, evidentemente, até porque já era vice-presidente, mas o que significa no seu percurso? Senti uma enorme responsabilidade [risos]. Mas não consigo encontrar um ponto de rutura, já que isto é uma evolução, um ato contínuo. Já era vice-presidente. Mas não nego que este passo acarreta a assunção de uma enorme responsabilidade em relação ao futuro da empresa e de quem cá trabalha. Mas, de certo modo, era uma responsabilidade que já sentia.

"Não sou um afilhado"

Sente que Francisco Balsemão foi um patrão que apostou em si ou uma espécie de padrinho que se reviu em si? [risos] ...Os seus amigos dizem que Pedro tem um perfil humanista idêntico ao de Balsemão. Diria que o meu perfil tem alguns pontos de contacto com o do Dr. Balsemão, embora seja mau juiz de mim mesmo. Cheguei onde cheguei, e perdoe-me a imodéstia, por mérito próprio. Não tenho grandes dúvidas sobre isso. Nunca me senti afilhado de ninguém, fiz o meu caminho até cá chegar.

Os mesmos amigos dizem que o que faz de si um bom gestor é o facto de não estar apenas focado nos números. Os números não são o mais importante num cargo deste tipo, ainda por cima num momento de crise? Os números são um instrumento para um desígnio mais vasto. Não é possível gerir um grupo de media (e provavelmente um outro negócio qualquer) numa perspetiva exclusivamente financeira. Desse ponto de vista, uma cultura humanista e uma visão mais lata das coisas são um importante contributo.

Mas dos números depende o resto da vida de uma empresa... É verdade, mas os números também dependem do resto da vida de uma empresa [risos].

Há mais vida para lá do défice... Sim, há, com certeza. Não é possível, sobretudo numa altura de dificuldades, manter o rumo sem ter bem definido o sentido coletivo de uma empresa.

Fonte: Noticias TV


1 comentários:

  1. Desejo-lhe o maior sucesso. Uma das coisas que devia fazer de imediato era dispensar Julia Pinheiro só este ordenado já lhe fazia reduzir custos salariais.

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