ELES ENCHERAM OS BOLSOS COM A SIC

terça-feira, 9 de outubro de 2012


Os anos de glória da SIC corresponderam à chamada fase das "vacas gordas". Eram tempos de dinheiro para investir e de muitos formatos para produzir. Piet-Hein, Teresa Guilherme, Manolo Bello e Ediberto Lima ajudaram a construir o sucesso da SIC. Nenhum assume quanto ganhou, mas não escondem que trabalhar em Carnaxide lhes forrou os bolsos...


"Se não fosse a SIC, eu não estava em Portugal", diz Piet-Hein Bakker, que em 1994 trocou a Holanda pelo nosso país para ficar à frente da Endemol. E o produtor ganhou monetariamente com a troca? "Isso é informação confidencial", desculpa-se Piet-Hein, que depois de deixar a Endemol, em 2007, criou a sua própria produtora, a CBV. "Não foi de todo para acabar com a Endemol. Tentei foi equilibrar o mercado."

Só que um ano depois aconteceu o que não contava. "Rebentou a crise em Portugal." A CBV não prosperou como a Endemol. Esta rapidamente se tornou uma "fábrica" de programas que ajudaram a SIC a chegar à liderança. "A estação tinha um orçamento maior para investir em formatos e a Endemol tinha um acordo de preferência com a SIC, ou seja, Emídio Rangel era o primeiro a ver o catálogo de formatos da produtora", recorda Piet-Hein, que reconhece benefícios para ambas as partes. "A SIC foi a razão pela qual a Endemol abriu as portas em Portugal. É claro que a Endemol ganhou muito dinheiro à conta da SIC e o contrário também aconteceu."

De Chuva de Estrelas a Surprise Show, passando por Médico de Família, All You Need is Love e Perdoa-me, à conta da Endemol, a SIC consolidava o primeiro lugar, enquanto a TVI aterrava no mercado. "Era uma época de expansão. A concorrência entre os canais tornou-se apetecível para o mercado publicitário".


Também Teresa Guilherme se fartou de produzir para a SIC. A apresentadora conta que um dia cruzou-se com Pinto Balsemão nos corredores da estação e que este lhe perguntou: "Já viu o dinheiro que está a ganhar com a SIC?" A apresentadora-produtora lembra-se de que respondeu prontamente a Balsemão com uma pergunta: "Já viu o que a SIC está a ganhar com os meus programas?" E ficaram por aí, diz Teresa. Admite que ganhou "bem", ainda que não saiba quantificar. Mas garante que não foi só ela. "Toda a gente ganhou mais dinheiro nesse tempo. Foram anos dourados para a produção. Cheguei a fazer cinco programas ao mesmo tempo e todos eles davam boas audiências à SIC".

A troca de piropos com Balsemão não impediu que os dois se sentassem à mesa para fechar o negócio da produtora Terra do Nunca (TDM). Na altura escreveu-se que Teresa Guilherme teria ganho entre dois e três milhões de euros, o que a própria se recusa confirmar. "A quantia que recebi ficou entre mim e as finanças. Nessa altura era sócia minoritária, com apenas 30 por cento. Vendi bem as minhas ações da TDM porque se tratava de uma percentagem do lucro que lá deixei", explica passados estes anos.


Manolo Bello começou a trabalhar com a SIC, após 12 anos na RTP, um mês depois de a estação privada arrancar e confessa que não tardou a ver a cor do dinheiro. "Ganhava melhor. A minha vida mudou cem por cento. Não fiquei milionário, mas podia proporcionar o melhor à minha família", conta. Porém, não esconde que no início nem sequer tinha dinheiro para produzir o seu primeiro programa, Minas & Armadilhas. "Foi o Dr. Balsemão que me adiantou 30 mil contos, para ir pagando durante um ano, e teve a atenção de não me cobrar juros", recorda.

Mais tarde, montou a produtora Comunicasom, onde chegou a ter "uma centena de colaboradores", tendo produzido durante largos anos os programas da manhã e da tarde da SIC. "Ainda hoje tenho um vínculo com a estação, que termina no fim do ano, mas espero que seja renovado".


Outro produtor umbilicalmente ligado à implantação da SIC é o brasileiro Ediberto Lima, que fixou residência em Portugal para trabalhar com o canal. O produtor trouxe ideias da TV Globo e prometia "a TV em movimento" através de programas como MuitaLôco, SuperBuereré, Big Show SIC e Roda dos Milhões. Saiu da estação privada envolto em polémicas causadas pelo programa Bar da TV, já na década de 80, quando a SIC tentava responder à onda de reality shows da TVI. Saiu, mas de bolsos cheios. "Ganhei o suficiente", refere Ediberto Lima, acrescentando o gozo que lhe deu trabalhar numa estação que lhe dava "todas as condições", no que respeita a orçamentos, "para ir buscar os melhores profissionais que havia no mercado".

Hoje a trabalhar em Angola, depois de no ano passado ter sido convidado a redefinir a grelha da Regiões TV, continua orgulhoso de ter produzido programas para a primeira estação privada portuguesa. "Foi pioneira numa série de coisas. Sem aquele início fulgurante, a SIC não seria o que é hoje", assegura.


Os produtores não foram os únicos a ganhar muito dinheiro com a SIC. Herman José era considerado um dos apresentadores mais bem pagos e recorda-se de como a sua transferência da RTP para Carnaxide lhe rendeu bom dinheiro. "Lembro-me de que os tempos eram de vacas gordas. Toda a gente ganhava muito bem", recorda o humorista, que finta o alegado chorudo cachê de 10 mil contos que receberia por mês. "Nunca nada que chegasse aos calcanhares do que ganhei na RTP, na fase de Roda da Sorte e Parabéns, mas mesmo assim a minha faturação na SIC era quase metade do que faturava no total. O meu core business sempre foram os espetáculos ao vivo."

Fonte: Noticias TV


2 comentários:

  1. A Sic foi usada e extorquida....

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  2. E o que a Sic ganhou com essas pessoas?. Anos de ouro para ambas as partes.

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