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A rubrica de opinião de um critico de TV externo, hoje por Joel Neto.
"A minha SIC não é aquela"
"O mínimo que se pode dizer sobre a emissão especial promovida ao longo da manhã e da tarde de sábado passado pela SIC, a pretexto do seu próprio 20.º aniversário, é que não refletiu a importância do património acumulado pela primeira estação privada portuguesa. O máximo é que se tratou de um programa bafiento e bimbo, com demasiada cor, demasiado barulho e demasiado desrespeito por esse mesmo património.
Naturalmente, nem tudo em Carnaxide são razões para sorrir. A luta contra a escassez orçamental é diária. E, bem vistas as coisas, metade do tempo de vida do canal conta a história de um fracasso: o da perseguição inglória à liderança da TVI, que teve o Big Brother e, com isso, obrigou a SIC a ter o Acorrentados - e depois todos os restantes produtos do desespero com que Carnaxide tentou inverter essa tendência, de resto reforçada a cada nova investida do adversário nos domínios da trash TV, que de facto Queluz de Baixo sempre manipulou melhor.
Mas também houve a subversão das convenções mais obsoletas sobre a programação de um canal generalista. Houve o alargamento das fronteiras em torno do "como" e até do "quando" fazer televisão. Houve a SIC Notícias e a mais importante revolução da história do nosso jornalismo televisivo. E houve - e, aliás, persiste até hoje - uma estética que se violentou a si própria centenas (mesmo milhares) de vezes, mas conseguiu quase sempre manter-se mais elegante do que a da concorrente direta.
A celebração de uma tal história merecia mais do que Nel Monteiro, a música pimba que se lhe seguiu e o desfile de tudo o que houve de mais popularucho e piroso nestes 20 anos. Felizmente, à noite tudo foi diferente".
Autor: Joel Neto em Diário de Noticias.
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