RUBRICA: "SIC OPINIÃO" - ORGULHO, CLARO

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A rubrica de opinião de um critico de TV externo, hoje por Nuno Azinheira.

"Orgulho, claro"

Ao longo de mais de três horas, a SIC foi mais SIC no dia 6 de Outubro à noite. Pouco me importa se apenas 850 mil espectadores viram o Especial Informação, que cruzou os 20 anos da estação com o percurso de dois países, o Portugal de 1992 e o Portugal de 2012. Pouco me espanta que a esmagadora maioria dos portugueses tenha preferido ver, à mesma hora, as novelas da TVI. O que me surpreende é que o orgulho daqueles profissionais, ao fim da noite especial, tenha dado, nalguns casos, lugar, ao início da tarde de ontem, a uma indisfarçável desilusão pelas audiências modestas.

Não há razão para tal surpresa e, muito menos, para a desilusão. Dificilmente um especial de informação com 196 longos minutos podia bater um serão de novelas. Mas o que a SIC fez no dia 6 à noite foi honrar o seu passado, a sua história, o seu projecto. O que a SIC fez foi mostrar que está viva. Que os genes que lhe foram injetados por Emídio Rangel há 20 anos estão lá bem vivos, apesar de nem um minuto do pai fundador se ter conseguido exibir em 196.

Na hora de assinalar os 20 anos, a SIC preferiu não olhar apenas para o seu umbigo. Partiu dele, é certo, mas olhou o País, naquela que foi, seguramente, a melhor emissão de sempre de uma noite de aniversário. Inteligente, dinâmico, sério e altamente profissional, o especial foi o retrato fiel de um país que cresceu a um ritmo descompassado. Rodrigo Guedes de Carvalho, Clara de Sousa, Bento Rodrigues e Pedro Mourinho foram a face de um trabalho em que a SIC deu ao mundo o melhor de si: a informação. Em Carnaxide há razões para o orgulho. Eu, como espectador, também o senti.

Autor: Nuno Azinheira em Diário de Noticias.

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