Júlio César disse em entrevista à revista Noticias TV que... "Não voltava a apresentar o programa de apanhados 'Minas e Armadilhas'".
Natural de Alter do Chão, Alentejo, muda-se para Lisboa com 11 anos. Chega à capital e começa a trabalhar como paquete para ajudar a sua família. Que memórias guarda desse miúdo e desses dias? Guardo recordações de um miúdo que andava pendurado nos elétricos de Lisboa e viajava à pendura porque não havia dinheiro para o bilhete. São memórias de dias de pouco dinheiro e grande felicidade. Hoje, existe entre as pessoas pouco dinheiro e uma enorme infelicidade. As memórias que tenho é que era uma criança muito feliz e que, depois, teve de se agarrar à vida e foi em busca de trabalho.
Como se dá a sua ligação ao mundo artístico? Quem foi o seu mentor? Vim com o meu pai para Lisboa, a minha mãe e o meu irmão ficaram no Alentejo e só depois vieram ter connosco. Foram momentos muito difíceis e complicados, mas de grande felicidade. Abriam-se as portas da cidade...
O que sonhava para si nesse tempo?
Não sonhava ser ator, mas já pertencia a um grupo cénico no Alentejo.
Foi ainda no Alentejo que pisou pela primeira vez o palco... Sim, estreie-me, aos 8 anos, na Casa do Povo da Chança. Não pensava em profissionalizar-me mas o bichinho da representação estava cá. Já a viver em Lisboa, estive em vários grupos de teatro. Até que, um dia, dei o passo para a profissionalização através de um convite que me foi feito pelo empresário Vasco Morgado. Ele convidou-me para participar numa revista no Teatro Monumental e aí começou tudo.
Com o programa de apanhados Minas e Armadilhas, transmitido em 1994 na SIC, estreia-se em televisão e torna-se popular entre os portugueses. Que memórias guarda desse projeto? Fazer o Minas e Armadilhas era uma coisa muito divertida, muito feita em cima do joelho e em estúdios sem condições. Era uma coisa artesanal, quando comparado com aquilo que se faz hoje em televisão. O programa, lembro-me, tinha um sucesso enorme. Aliás, eu senti falta de algo que relembrasse o Minas e Armadilhas no especial que assinalou o 20.º aniversário da SIC porque, naquela época, foi um programa de referência e que ainda hoje é recordado pelas pessoas.
Ver-se-ia a apresentar de novo o programa? Não, não o faria porque as coisas têm um tempo. E, no que toca a programas de apanhados, penso que já não há produção portuguesa para isso, nem se fazem já apanhados.
Certo é que programas que se aproximam desse género, como é o caso de Gosto Disto! ou Não Há Crise, transmitidos na SIC, continuam a ter êxito junto do público. Sim, é verdade, mas se me convidassem para apresentar um programa de apanhados não sei se aceitaria porque, agora, os meus holofotes estão apontados para a representação. Prefiro ligar-me mais às personagens do que a qualquer programa desse tipo. Já um talk show seria um programa que eu gostava de fazer.
Júlio César devia entrar na próxima trama como um vilão
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