Aos 40 anos, Pedro Mourinho é um dos principais rostos informativos da SIC e vai ter a seu cargo o novo noticiário das 20.00 aos Domingos... Que estreia já neste fim de semana...
O que lhe falta conquistar? Falta-me tanta coisa... A partir de agora, ao ter um jornal novo ao domingo, às 20.00 - que é sempre um marco para qualquer um que trabalha na televisão, chegar ao jornal das oito da noite -, tenho menos uma coisa para conquistar [risos]. Mais do que apresentar, que é o que vou fazer, é coordená-lo, pensá-lo, e isso é importante para mim. Não há caminhos fáceis, mas espero que esta tarefa seja bem-sucedida. Estou muito empenhado nisso.
O registo que protagonizou na emissão especial de informação que a SIC fez no dia da comemoração dos 20 anos, com reportagens em movimento assinadas por si, vai ser repetido neste novo jornal de domingo? Sim, irá ter um formato que é um segmento de 10, 15 minutos em que estarei sempre num sítio diferente, com temas que nesta altura estarão muito ligados à crise. Há um que já está feito, foi em Beja e tem que ver com os elefantes brancos de Beja, neste caso o aeroporto, a nova Escola de Tecnologia e Gestão, que custou 10 milhões de euros, e o parque de exposições. Tudo isto pode justificar algumas coisas em Beja, mas não deixa de ser um grande dispêndio, se calhar desmesurado em relação à região em causa. Servirão, com certeza, alguns interesses. É mostrar um bocadinho o espelho do país. A verdade é que se gastou muito em obras e chegou-se ao estado a que se chegou.
Como surgiu a ideia de remodelar a informação de fim de semana na SIC? Foi uma decisão da direção da SIC, para dar força aos fins de semana, sobretudo ao domingo à noite, porque a concorrência é muito forte nos outros canais, principalmente na TVI, porque está lá o Marcelo Rebelo de Sousa. Foi para fortalecer o Jornal da Noite, porque é o dia em que as pessoas têm mais disposição para ver televisão, é o dia em que o auditório é mais rico em termos de estratos sociais, idades... há muita gente a ver televisão e a SIC quer ter um produto muito forte em termos informativos.
Como vai ser o noticiário, então? Vai ser o magazine da SIC em termos informativos aos domingos. Vai ser um jornal diferente. Ao sábado, estará a Maria João Ruela ao almoço e à noite, e eu ficarei com os domingos. O Primeiro Jornal não sofrerá grandes alterações, o das 20.00 é que é personalizado. O que vou tentar é dar-lhe um bocadinho do meu corpo, tem um cenário novo, vou dar-lhe uma linguagem televisiva que de alguma forma seja inovadora.
Quando vão ocorrer essas mudanças? Dia 6 de janeiro. Vamos ter logo no arranque reportagens à volta da crise, para explicar de que forma chegámos ao ponto a que chegámos. Mas também tocando noutros pontos, o desperdício alimentar, como é que as pessoas podem poupar mais... Vamos preocupar-nos sobretudo com a atualidade.
Quanto tempo dura o jornal? Uma hora e quarenta, mais ou menos. Tem havido muita discussão sobre quanto tempo deve ter um jornal, e de facto todos os jornais das oito têm uma longa duração, e isso influenciou a forma de se fazer jornalismo. O que tenho visto da SIC é que tem feito isso muito bem, porque é preciso puxar muito pela cabeça para fazer um jornal tão grande. Vamos trilhar um novo caminho, que seja eficaz e com audiência.
Foi o Pedro que escolheu o domingo ou deram-lhe esse dia? O domingo foi-me dado, quer dizer, eu já trabalho ao domingo no jornal da hora de almoço, por isso seria uma escolha natural, até porque não há ao dia de semana muito espaço de manobra, e o Jornal da Noite está bem entregue à Clara de Sousa e ao Rodrigo Guedes de Carvalho.
E está preparado para competir com o Marcelo Rebelo de Sousa? Com o Marcelo e com a Judite Sousa. Houve alturas em que o Marcelo não ganhou nas audiências, isso tinha que ver não só com o que ia para o ar na SIC nesse tempo... mas a Judite deu força ao próprio Marcelo. E nesta altura potencia ainda mais o comentador que ele é. É uma pessoa comunicativa e há muita gente que não quer perder pitada do que ele diz. O Marcelo, não decidindo nada, não é ex nem atual governante, é um verdadeiro opinion maker. Os jornais no dia seguinte vão sempre atrás dele. Tem muita força para a opinião pública e para os portugueses em geral. Não há aqui um... objetivo delineado de derrotar o jornal da TVI ao domingo. Quer dizer... se o conseguirmos, é ótimo em termos de audiências, mas temos noção de que não há caminhos fáceis. Este será um caminho complicado, mas queremos sobretudo aproximar os dois jornais e se possível vencer.
Gostava de ter o prof. Marcelo ao seu lado? Quem não gostava... Mas se tivermos de escolher um produto similar para combater o Marcelo, o Ricardo Araújo Pereira seria o eleito. Porque consegue juntar uma opinião bem formada e com força a um humor raro em Portugal. Seriam os condimentos perfeitos numa receita contra o Marcelo.
E há a possibilidade disso acontecer? Penso que não. Está muito distante, hoje em dia os Gato Fedorento, apesar de terem nascido na SIC, são quase inatingíveis. Fazem pouquíssimas coisas e escolhem muito bem o que fazem.
Fonte: Noticias TV
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