"ABRI O MEU CORAÇÃO AO MÁXIMO PARA FAZER O CADINHO"

sábado, 23 de fevereiro de 2013


O ator Alexandre Borges, que dá vida ao polígamo "Cadinho" de "Avenida Brasil" explica como se preparou para interpretar o galã da novela que bateu todos os recordes de audiências no Brasil. De passagem por Portugal, onde já viveu, Alexandre Borges conta também como gere o casamento de 20 anos com a também atriz Júlia Lemmertz...

Preocupou-se em não fazer do Cadinho um mau caráter? Sim, mas o João [Emanuel Carneiro, autor de Avenida Brasil] fez isso muito bem. Quando me convidou, disse-me: "Quero investir muito no humor com o Cadinho." Porque o centro da novela é um núcleo de vingança, com a história da Nina e da Carminha. O Cadinho ama a Verónica, a Noémia e a Aléxia, ele ama as famílias e não tem problemas com nenhuma delas. Abri o meu coração ao máximo e tentei fazer o Cadinho de um jeito gostoso, agradável, engraçado.

Houve alguma altura, durante as gravações da novela, em que se tenha sentido cansado de interpretar três vidas paralelas? É um desafio, é muito dinâmico! Por exemplo, num dia em que gravava primeiro com a Débora Bloch [que dá vida a Verónica] fazia oito, dez cenas. Depois, quando chegava a Camila [Morgado, que interpreta Noémia], tinha de estar como se estivesse a começar naquele momento. Claro que houve dias em que estava mais cansado... Às vezes, a dificuldade era essa. E quando começámos a gravar juntos, a única dificuldade era esperar que três mulheres ficassem prontas [risos]!

Quem reagiu melhor à sua personagem, as mulheres ou os homens? Os homens, de caras! Geralmente, as mulheres têm um vínculo maior com a novela. Mas, hoje em dia, os homens veem muito e isso aconteceu com Avenida Brasil. E o Cadinho fez com muitos homens, que habitualmente não viam novelas, começassem a fazê-lo... na rua, chegavam ao pé de mim e faziam uma festa [risos]!

Qual foi a coisa mais interessante que lhe disseram? "Me dá a receita! Me dá a receita! Você é o meu exemplo, você é o meu herói!", e coisas como "Passa aqui a mão, me dá um pouco desse mel!" [risos]. E até o contrário, homens que passaram pela mesma situação do Cadinho, que diziam que quase iam morrendo de medo de serem descobertos, e que me diziam que até tinham suores frios quando viam a novela!

Mas da parte das mulheres não houve uma reação propriamente negativa... Sim, também tive muito disso! "Quero ser a quarta!" Muito por causa dele saber tratar bem, de ser um cara educado, de pagar os presentes, de ser bom pai. A reação das pessoas foi sempre uma coisa muito alegre na abordagem, fiquei muito feliz com isso.

Porque é que acha que o fenómeno Avenida Brasil extravasou o público consumidor de novelas? É difícil explicar. É o público que faz isso e foi impressionante o fenómeno criado nas redes sociais junto de pessoas que não viam novelas, intelectuais, jornalistas, e que começaram a falar e a escrever tratados sobre a novela. A Carminha [personagem interpretada por Adriana Esteves] arrebatou as pessoas e criou uma empatia muito grande, apesar de ser uma vilã. O mérito é muito do João Emanuel Carneiro, que estruturou muito bem a novela. Logo na primeira semana em que a novela foi apresentada as pessoas ficaram loucas, o que, ultimamente, é uma coisa rara de acontecer. Foi um fenómeno.

Apesar do sucesso de Avenida Brasil, a Globo perdeu pela primeira vez na sua história, durante o horário de day time, para a Record. Acha que a Globo está a aproximar-se do fim de uma era de hegemonia? Acho que a direção da Globo sabe que existem fatores como a internet, o cabo, outras emissoras, que cresceram muito e que estão a fazer um ótimo trabalho. Hoje em dia, o público é diferente. Grava, vê na internet... Há vários fatores que fazem que a hegemonia da Globo, aquele auge dos anos 70, tenha terminado. Por isso é que, para todos nós, Avenida Brasil foi uma coisa muito importante. A novela teve uma interação com os outros media muito forte e percebemos que as pessoas também querem isso! É tudo uma questão de entregar um bom produto, bem acabado. Acho que estamos todos a adaptar-nos a este processo entre o digital, a internet, a televisão, o que tudo isto vai ser no futuro. É um momento histórico importante, somos da geração que está a fazer esta transição e isso é importante. É um desafio.

A ministra da cultura Marta Suplicy disse recentemente que o Brasil devia abandonar o estereótipo de país do Carnaval e do futebol. Não considera que esta afirmação, vinda de uma ministra do país que vai receber o Mundial de Futebol, é contraditória? Eu tenho orgulho desses aspetos. De alguma maneira, o samba e o futebol são o resultado da mistura de raças que é o povo brasileiro.

Portugal não é um país estranho para si, porque já cá viveu. Quando cá está, a sensação é de estar na sua segunda casa, imagino... É verdade. É aquela sensação de você estar passando em alguns lugares, e aquele filme passa nas várias épocas em que você passou naquele lugar... E, ao mesmo tempo, há sempre uma surpresa, um espanto... "uau, estou aqui!'"

Alexandre e a sua mulher [a atriz Júlia Lemmertz] comemoram duas décadas de casamento este ano. Qual é o segredo? (pausa) Pois é... o tempo passa muito rápido. Temos uma afinidade muito grande na maneira como vemos as coisas, a paixão que temos pelo nosso trabalho, a admiração que eu tenho pelo que é a Júlia como atriz, como pessoa. A nossa amizade, antes de começarmos a namorar, foi muito bem alicerçada, sincera. O nosso envolvimento, o começo do nosso casamento, o facto de termos feito trabalhos juntos, de termos viajado... fui eu que apresentei Portugal à Júlia. Quando casámos, ela já tinha uma filha, a Luiza, que na altura tinha 5 anos, depois veio o Miguel, o nosso filho, que agora tem 12... A nossa vida tem estado sempre cheia de novidades, de coisas boas. Sempre houve poucas cobranças na nossa relação. Por mais que tenhamos saudades de fazer um programa mais normal, sabemos que não dá, porque o ensaio acaba à meia-noite mas o diretor quis ficar mais meia hora a ensaiar. No casamento, é preciso haver uma generosidade grande e ceder. É uma troca.

Como é que lida com o facto de a sua mulher beijar outros homens no ecrã? Pois é... ela está a beijar um português agora [Júlia Lemmertz contracena com Paulo Rocha em Fina Estampa] [risos]. Não é uma coisa de me importar ou ter ciúmes... Fico feliz quando ela faz um par romântico que seja credível... fico a ver e, quando acontece o beijo... fecho os olhos [risos]! Depois fica um silêncio, passa... e depois digo "bom beijo. Gostei!" O meu filho, às vezes, diz-me: "Pai, você sabe que é novela, não sabe?" Ele dizia-me isso quando víamos Fina Estampa e depois dizia à mãe durante a Avenida Brasil.

Fonte: Noticias TV


0 comentários:

Enviar um comentário

MARCAMOS O ARRANQUE DE CADA DIA: ÀS 07:00

COM: JÚLIA PINHEIRO E JOÃO PAULO RODRIGUES...

SIC LÍDER DO HORÁRIO NOBRE DESDE O INÍCIO DO ANO!

 
SIC Blog © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions