Grato à TVI pela oportunidade de participar em "A Tua Cara Não Me É Estranha 3", o humorista está agora dedicado a um espectáculo no teatro. Em entrevista à revista Noticias TV, Francisco Menezes comentou as audiências do seu sucessor "Querida Júlia" nas manhãs da SIC, e admite ainda que falhou como apresentador...
O que diz dos resultados de "Querida Júlia"? "Não é algo em que pense. Não sou o
público-alvo e não vejo o programa das manhãs, não posso falar. Não faço ideia
se é bem feito, se é mal feito, se é injusto, se é justo darem-lhe audiências.
O que sei, que aprendi com a Rita, é que é uma batalha muito dura, é um público
muito estável, muito pouco dinâmico, que se agarra muito aos canais que há.
Quando aparece uma proposta nova as pessoas demoram muito tempo a mudar. Com certeza
que a Júlia Pinheiro tem uma batalha muito difícil, como a que nós tivemos, e
desejo-lhe a melhor das sortes".
"Companhia das Manhãs" fez que perdesse o encanto pelo pequeno ecrã? "Nunca tive encanto nenhum. Talvez
nos primeiros tempos, quando trabalhei na NTV e fazia coisas de que gostava.
Mas o meu encanto desapareceu muito rapidamente, mal comecei a fazer televisão
generalista perdi logo o encanto todo, porque os interesses comerciais são
muito fortes, o trabalho perde todo e qualquer lado artístico. O trabalho de
televisão, hoje, é muito reduzido porque o que se sobrepõe a tudo são as
audiências e os interesses comerciais".
Porque falhou como apresentador? "Não é para mim, não é o meu registo. Estive a
apresentar programas que são feitos para gente que não tem nada que ver comigo,
com as quais tenho dificuldades de comunicação".
O que se vê a fazer em televisão? "Aquilo que já fiz bem feito. Programas de sketches,
coisas escritas por mim em que possa ter inputs criativos,
para um público com um mínimo de subtileza e bom gosto".
Considera-se um bom humorista? "Tenho sempre muito boas reações. O público adora
os meus espectáculos, portanto, se medir em termos de reação, direi que sim,
que sou um bom humorista. Agora em termos técnicos e tal, não consigo ter essa
visão".
É fácil fazer rir? "É o meu trabalho, umas vezes é mais fácil, outras é mais difícil, mas
é aquilo para que nasci".
Alguma vez sentiu que o seu humor ultrapassou as marcas? "Sim, claro. Muitas vezes o nosso
humor ultrapassa. Qualquer pessoa que faz humor como trabalho às vezes fica
menos bem na fotografia, isso já me aconteceu várias vezes e há de acontecer
várias ainda, faz parte".
Qual é o limite do seu humor? "O limite do meu e de qualquer humor é a piada.
Quando deixa de ter piada já não é humor. Se faz rir tem graça, se não faz rir
não tem graça. Acho que é esse o limite. A partir daí é falta de vida própria,
digo isto porque muitas vezes faço piadas em que as pessoas depois ficam
escandalizadas. Isso tudo é desnecessário e fútil e, para mim, completamente
desinteressante".
Leva-se a sério? "Claro. Tenho de levar. Estou a ter esta conversa muito a sério e,
apesar de tudo, a profissão que escolhi vive de fazer as pessoas rir e de
brincadeiras, mas é o que me paga as contas e tenho de levar isso a sério
porque se faltar o dinheiro no fim do mês não há ninguém que mo dê".
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