Está difícil de voltar a vê-lo
na TV... Contracenou com atores, como é o caso das atrizes Sara Barradas e Rita
Pereira, entre outros, que já foram integrados em novas novelas da TVI... "Não sei, está a ser difícil. O Ângelo foi
uma personagem que marcou muito o público, era a altura certa para parar. Tenho
ótima relação com a TVI, sei que não me querem perder. E, acima de tudo,
respeito a decisão de não estar no ecrã."
Não se sente triste com a TVI? "Claro que não. Sei o valor que tenho para a
TVI. Eu mantenho um contrato de exclusividade. Eles querem que continue a
pertencer à família TVI. Não me sinto triste, é uma opção, uma questão de
gestão da parte da TVI. Às vezes um ator tem de parar um certo tempo."
Faz sentido um ator que tem um
contrato de exclusividade estar parado há já um ano? "Essa pergunta terá de a fazer à TVI. O que
posso dizer é que sou um workaholic e
já tenho muitas saudades de trabalhar em televisão, eu gosto de trabalhar
muito. Sei que não estou esquecido."
Teme a não renovação do seu
contrato? A TVI está, tal como os canais RTP e SIC, a reduzir o número de
estrelas exclusivas... "Não, não temo. Ainda tenho muito para
aprender como ator e quero-o, mas também sei que já dei provas do meu talento e
do meu profissionalismo. Um contrato é uma segurança, mas a profissão de ator é
instável e eu já sabia isso desde o início."
Concorda com esta política que
Queluz de Baixo está a praticar? "Eu sou um mero ator que trabalha para a
TVI... Nem questiono essas políticas. Amo esta arte e preciso dela como ser
humano, tal como preciso de pão para sobreviver."
Se a TVI não lhe renovar o
contrato de exclusividade, vai seguir os passos de Marco Delgado, Maria João
Luís e outros atores que preferiram mudar-se para a SIC? "Nós somos atores e temos de trabalhar, é
isto que nos paga as contas. Estou na TVI desde sempre e somos uma família..."
Isso quer dizer que se tiver de
escolher entre um novo contrato de trabalho e vestir a camisola de Queluz de
Baixo vai preferir a "família TVI"? "Está a ser mazinha... Não faço ideia. Sou
ator. Gosto de trabalhar e da estação onde estou. O futuro a Deus pertence."
Já foi sondado pela SIC? "Não vou responder, nem posso responder.
Obviamente que um ator quando é exclusivo também pode ser seduzido pela
concorrência..."
A indústria do audiovisual está
a ser afetada pela crise económica do país. Atualmente, os atores em Portugal
têm e devem sorrir a todos os canais? "Isto não é uma luta de canais. Nós, atores,
precisamos de trabalhar."
Que crítica faz às novelas da
TVI? "O canal sempre foi líder e sempre teve
estratégias e, agora, também terá uma."
Mas deixou de ser líder... "Ninguém gosta de perder dinheiro, muito
menos a TVI, que sempre foi líder. Não tenho crítica negativa a fazer. Eu sei
que as pessoas continuam a identificar-se com o produto TVI, tenho esse feedback quando falo
com pessoas no teatro e na rua. Nós, portugueses, somos muito bons a fazer
ficção e temos pouco dinheiro. Imaginem o que seria se tivéssemos muito..."
E que crítica faz ao remake da
SIC "Dancin Days", que tem liderado as audiências? "Não acho que haja ali algo absolutamente
inovador. Não acho que as novelas da TVI estejam atrás das da SIC em termos de
qualidade. Acho que, se calhar, tem de se repensar horários e apostar em atores
de verdade e não em manequins."
Na nossa TV existem muitas
caras bonitas e poucos atores? "Acho que existe muito a moda de se querer
ser ator por razões erradas. Entristece-me ver como esta profissão é tão
desrespeitada, qualquer um a faz e qualquer um diz que é ator. Eu tenho sete
anos de carreira com formação em Portugal, Nova Iorque e Espanha e não me
considero ator."
Fonte: Noticias TV
0 comentários:
Enviar um comentário