Esta semana
a rubrica "Perdidos e Achados" do "Jornal da Noite" de
Sábado vai relembrar: "O primeiro filme pornográfico português"...
No anos 80, o filme "Cartas de Amor
de uma Freira Portuguesa" foi considerado pornográfico e tornou-se um dos
maiores escândalos da época. Apesar do filme ter sido filmado pelo realizador espanhol Jess Franco, no
elenco encontravam-se vários atores nacionais.
A protagonista era Ana Zanatti, no papel de uma freira depravada e sádica,
mas na trama destacavam-se também nomes como José Viana, Herman José, Vítor de
Sousa, Nicolau Breyner e Vítor Mendes.
Para a história, ficam as duas manchetes do então semanário "Tal e
Qual", destacando a surpreendente participação dos atores portugueses num
filme erótico-pornográfico, e os locais escolhidos para as filmagens: o Palácio
da Vila em Sintra, o Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais e o Mosteiro
dos Jerónimos, em Lisboa.
No "Perdidos e Achados", 30 anos passados, os atores falam pela primeira vez
em televisão sobre a polémica. Revisitamos os locais onde foi rodado o filme e
revelamos excertos da película escandalosa.
Jornalista – Isabel Osório, Repórter de Imagem – Rodrigo Lobo, Edição de
Imagem – Andrés Gutierrez, Produção – Madalena Durão, Diana Matias, Coordenação
– Maria João Ruela, Direção – Alcides Vieira.
Para acompanhar, este Sábado no "Jornal da Noite" da SIC.
Gostei de ouvir os atores a falar, mas a atitude da reportagem em relação ao realizador, Jesús Franco, deixou muito a desejar. Podia ter feito um contexto breve da época cinematográfica do cinema europeu da altura, para se ter percebido que era perfeitamente normal serem adicionadas cenas ao filme consoante o mercado a que destinava (ou mais violentas ou com mais nudez) e em relação ao realizador, podia ter referido vários dados curiosos e positivos sobre o mesmo para além de o ter passado como um explorador de atores, como ter ganho o prémio Goya de Honra de 2009, estar no livro de recordes do Guinness como o realizador mais prolífico de sempre, com cerca de 200 filmes (nem o próprio tinha a certeza de quantos tinha feito) em seu nome (por vezes filmava mais do que um filme com os mesmos atores e cenários ao mesmo tempo) e ter sido considerado, ao lado de Luís Buñuel, como um dos realizadores cujos filmes eram mais perigosos para os católicos, só a título de exemplo.
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