RUBRICA: "SIC OPINIÃO" - NADA AO ACASO

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A rubrica de opinião de um critico de TV externo, hoje por Nuno Azinheira.

"Nada ao Acaso" 

Era óbvio que José Castelo Branco, Ricardo Guedes, Sónia Brazão e o atleta paralímpico Jorge Pina tinham de passar às meias-finais de Splash!, o novo programa que a SIC estreou no domingo. Os dois primeiros garantem o espetáculo e as audiências, os dois últimos dão o toque solidário e afetivo. De resto, em "Splash!" nada é deixado ao acaso, o que, se por um lado, diz bem da competência da produção, por outro torna claro que, com esta aposta, a SIC quer mesmo ir a jogo ao domingo à noite.

À primeira rodada não ganhou, mas os 1,4 milhões de espectadores da gala de abertura são, não só um resultado muito acima da média domingueira, como um real perigo para a TVI, obrigada a colocar toda a carne no assador do "Big Brother" para abafar a estreia da concorrência. 

"Splash!" foi todo pensado nas audiências. No que isso tem de bom - o espetáculo, as luzes, o palco grandioso numa forte operação televisiva - mas também no que isso tem de cedência ao "custe o que custar". E nesse particular, para lá da musiquinha "Amigos para Sempre" no emocionante salto a dois entre o "giro e bom coração" Ricardo Guedes e o "herói" paralímpico Jorge Pina, será difícil pensar em algo mais aliciante, e ao mesmo tempo mais rasteiro, do que ouvir Júlia Pinheiro, perante o estilo de José Castelo Branco, perguntar ao próprio se perdeu "alguma parte da sua anatomia". Cumprindo bem a missão para que foi confiado, Castelo Branco respondeu-lhe que não, que "estava tudo no sítio", mas "arrumadinho para trás", enquanto a câmara percorria o seu corpo até às suas partes baixas. 

Edificante, esta televisão generalista. Já só falta ver um cão a lançar a sua poia em estúdio num direto televisivo. O quê? Já aconteceu?

Autor: Nuno Azinheira em Diário de Noticias.

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