Adriana Esteves: "Na rua as pessoas tratavam-me como
uma estrela do futebol"
Batalhadora e perfecionista, Adriana Esteves
venceu em 1998 o título de melhor atriz ao interpretar "Sandra", a
vilã da novela "Torre de Babel". Uma distinção que repetiu com
interpretações na Televisão e no Cinema.
O que tem de especial esta história de João
Emanuel Carneiro, que tanto cativou o público brasileiro e português? "Um dos grandes méritos de ‘Avenida Brasil’, que gerou
uma afinidade muito grande com a população brasileira, foi a de ter mostrado o
subúrbio, a vida da classe média-baixa. O enredo atingiu todas as classes
sociais. A novela falava do povo, do cidadão comum. ‘Avenida Brasil’ foi uma
história muito verdadeira, com o coração na boca. E o grande protagonista da
trama era o clã Tufão, uma família emergente, que vivia no subúrbio, no bairro
fictício do Divino. Mas, no fundo, a novela contava um pouco da família
brasileira, do que é possível num ambiente familiar."
Alguma vez pensou que uma história centrada
numa realidade tão brasileira pudesse fazer um sucesso tão grande noutro país? Como
explica este fenómeno? "É uma história rica, complexa, muito bem contada, e também
inovadora."
Como foi terminar a novela e encarar uma nova
rotina sem gravações e sem a ‘família’ de Tufão? "No início, fiquei bem dividida. Um lado
meu queria dormir, descansar, cuidar da casa e da família, e o outro ficou com
muita saudade dos companheiros da novela."
Quais foram as cenas mais difíceis de gravar em
"Avenida Brasil" em termos de dureza emocional e entrega à
cena? "Sinceramente,
acho que todas as cenas foram bem difíceis... Talvez as piores tenham sido
aquelas em que a Carminha era absolutamente ardilosa e tinha de seduzir e
mentir com convicção, ludibriando as pessoas."
Houve dias em que chegou exausta a casa? "Todos os dias! Exausta, mas muito feliz e
orgulhosa."
Como é que o público brasileiro, na rua, a
tratava? Alguém a chegou a ‘confundir’ com a "Carminha"? "As pessoas vibravam! Parecia que estavam
vendo uma estrela do futebol!" [risos]
Ficou, durante algum tempo, com algum tique,
algum gesto ou expressão facial da personagem depois de concluídas as
gravações? "Talvez
sim. O desapego foi acontecendo aos poucos..."
Que implicações tem na carreira profissional de
um ator um trabalho com um êxito tão grande como foi "Avenida
Brasil"? "Na
profissão do ator, sempre precisamos recomeçar do zero. Acreditar no novo
sempre. Mas, sem dúvida, um trabalho tão importante como este eleva a
trajetória do artista. O que muito me orgulha."
Depois deste sucesso, aumenta a
responsabilidade e a expectativa para o próximo trabalho? "Acho que sim. Mas procuro não pensar
nisso e dedicar-me, como sempre faço, aos meus personagens."
Que tem feito desde o final de "Avenida
Brasil"? "Estou
vivendo um descanso intencional para poder me abastecer. Para mergulhar com
coração, do jeito que gosto, num outro personagem. Acho que só farei mais um
filme, lá para o final deste ano. E para 2014, eu ainda não sei."
Guardou alguma recordação de
"Carminha"? Um cinto, um anel, uma pulseira, um vestido? "Tudo que guardei dela foi no coração.
Guardei o tanto que ela me fez crescer."
Vários nomes do elenco da novela vieram a
Portugal. Porque não veio a Adriana Esteves? "Tive muitos compromissos no Brasil, mas
amo Portugal e amaria retornar ao vosso país."
Quando pensa visitar Lisboa? "A qualquer hora! Vou adorar!"
Houve uma fase menos boa da sua carreira. Nessa
altura, chegou a ponderar desistir? Como ultrapassou a situação? "Sou muito batalhadora. Acredito que tudo
na vida é feito com trabalho, e tenho prazer em trabalhar."
Fenómeno de popularidade...
O papel de "Carminha" em
"Avenida Brasil" será um marco na carreira de Adriana Esteves. Aos 43
anos, a atriz fez entrar a personagem na galeria das maiores vilãs da teledramaturgia
brasileira. O empenho com que interpretou o seu papel mereceu rasgados elogios
da imprensa brasileira e estrangeira. O último episódio de "Avenida
Brasil", emitido em outubro na TV Globo, foi visto por 80 milhões de
brasileiros e deixou desertas as ruas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Além-fronteiras, o sucesso da novela foi citado pela BBC, ‘Guardian’ e ‘Le
Figaro’.
Melhor Atriz em 1998...
Em 1998, quando interpretou a vilã
"Sandrinha", de "Torre de Babel", Adriana Esteves recebeu o
Troféu Imprensa de Melhor Atriz do ano. Ganhou outras distinções de melhor
atriz pela sua interpretação em "Kubanacan", em 2003, e agora com
"Avenida Brasil".
Perfil: Adriana Esteves nasceu no Rio de Janeiro em
dezembro de 1969. É filha de uma artista plástica e de um médico. Estudou
teatro e começou a trabalhar aos 16 anos como modelo. Licenciou-se em
Publicidade e conduziu um programa na Rede Bandeirantes. Em 1988 fez a sua primeira novela, "Vale
Tudo". Depois, "A Indomada", "Torre de Babel", "O
Cravo e a Rosa", "Coração de Estudante", "Kubanacan",
ou "Morde e Assopra" são algumas das muitas novelas em que
participou.
Fonte: Correio da Manhã
Maravilhosa!!
ResponderEliminarQue Deus Abençoe esta grande actriz, hoje e sempre! :)
ResponderEliminarMaravilhosa linda deslumbrante
ResponderEliminarPoderosa!! Que as bençãos de Deus e a intercessão de Maria possam cair sobre toda a vida dessa grande lutadora! Parabéns pelo o ser humano maravilhoso que é. Um xêro, linda!
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