APRESENTADORAS DA SIC MULHER FALAM SOBRE OS 10 ANOS

sexta-feira, 15 de março de 2013


"Celebrámos o 10º aniversário da SIC Mulher com os rostos femininos do canal". Sofia Carvalho, Adelaide Sousa e Ana Rita Clara conversaram, sem tabus à revista Noticias TV, sobre o papel das mulheres, dentro e fora do pequeno ecrã. Um debate bem-humorado sobre beleza, trabalho, família, ambições e medos.

Passavam poucos minutos das 10:30 da manhã de uma muito chuvosa segunda-feira e nos estúdios do Parque Holanda, em Carnaxide, onde diariamente é gravado o programa "Mais Mulher", não há caras fechadas nem má disposição matinal. Sorridentes e impecavelmente maquilhadas e vestidas, Sofia Carvalho, Adelaide Sousa e Ana Rita Calara, as mulheres da SIC Mulher, reúnem-se para uma conversa descontraída, a propósito do 10º aniversário do canal temático, comemorado a 8 de Março  data em que se assinala também o Dia Internacional da Mulher. 

A Diretora e as apresentadoras vestem a camisola do canal de cabo, mas é Adelaide de Sousa, em jeito de confissão, que revela de que forma a SIC Mulher e, em particular, o magazine "Mundo das Mulheres" foram fulcrais quando, em 2008, tomou a decisão mais importante da sua vida... "Foi exatamente a apresentar o Mundo das Mulheres que tomei a decisão de que era o momento de ser mãe. Podia não ter corrido bem, mas correu, e essa decisão foi acompanhada de gravidez" [risos], revela a apresentadora que, em Agosto de 2009, foi mãe de Kyle, fruto do seu casamento com Tracy Richardson.

Fugindo à ideia de que os temas que agradam ao sexo feminino no pequeno ecrã se resumem a beleza, tendências e puericultura, Ana Rita Clara explica a sua sensibilidade em relação a este assunto... "A mulher da atualidade é uma mulher desformatada. Tem a família, a sua ocupação, as suas prioridades... Mas é muito mais do que isso! Não há caixinhas!", garante a apresentadora do programa "Mais Mulher", opinião coadjuvada pela da Diretora do canal, Sofia Carvalho... "A mulher, cada vez mais, quer manter-se informada. Os media tiveram uma importância na mudança da condição feminina e a SIC Mulher ajuda quase que a estimular esta autonomia feminina e a informar as mulheres de tudo isso".

Fruto da crise, os assuntos ligados à economia, finanças e política interessam cada vez mais ao público da SIC Mulher, como reconhecem as três apresentadoras... "Também tem que ver com a conjuntura. Nós vimos de uma sociedade que, quer em termos de gestão quer em termos de política, era maioritariamente masculina. Estamos num período de transição há já alguns anos", reconhece a Diretora da SIC Mulher, ressalvando que essa transição está condicionada pela "questão da maternidade, que nem sempre é fácil de gerir". "Cada vez mais temos de ser excelentes profissionais e melhores mães, gestão que não é nada fácil de fazer", reconhece Sofia, que é mãe de duas adolescentes.

Ana Rita Clara adianta que o interesse crescente das mulheres por temas como as novas tecnologias está relacionado com um desejo cada vez maior de independência... "A mulher quer ser cada vez mais autossuficiente e ter cada vez mais voz ativa. Em Portugal, temos o exemplo de Assunção Cristas [ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, que está grávida de seis meses], uma mulher fortíssima, em que a maternidade não tem que ser uma questão".

O tema da gravidez de Assunção Cristas cria um debate entre as três apresentadoras da SIC Mulher... "Por acaso, estou curiosa em ver como é que ela vai gerir isto depois de o filho nascer. Estou a torcer por ela e espero que ela leve avante aquilo em que parece acreditar", começa por dizer Adelaide Sousa, continuando... "Se calhar, ela não vai gozar a sua licença de maternidade a que todas as portuguesas têm direito. Eu espero que ela o faça." 

A opinião é partilhada por Sofia Carvalho... "Senão, estamos a regredir em tudo aquilo que conquistámos." Mas, entre mulheres, os homens não estão excluídos, e os três rostos do canal temático não deixam de falar do papel cada vez mais importante dos homens na dinâmica familiar. "Os homens, cada vez mais, querem ser pais e andam à procura do seu novo papel na família... Mas ainda estão com pouca força. Acho que uma das coisas que nós, enquanto mulheres participantes neste movimento de integração das mulheres na sociedade, devemos também tomar como nossa é causa a causa dos homens", reconhece Adelaide Sousa.

"No dia em que aceitarmos a beleza da imperfeição, seremos mais felizes"

Sofia, Adelaide e Ana Rita não se consideram modelos a seguir para as mulheres que, todos os dias, as vêem no pequeno ecrã. Reconhecem, no entanto, sofrer com a pressão para atingir os mesmos objetivos que o sexo masculino, como explica a Diretora da SIC Mulher... "Temos de fazer mais porque temos de ser ótimas profissionais e mães exemplares. Temos de trabalhar mais do que os homens. Temos de mostrar mais. Disso não há duvida nenhuma!", admite Sofia Carvalho. "Mas essa pressão é complicadíssima!", exclama Ana Rita Clara, continuando... "Faz que a pessoa se sinta insegura, preocupada... No dia em que todos aceitarmos a beleza da imperfeição, seremos mais felizes".

O facto de serem figuras públicas e estarem expostas à crítica não as torna, segundo Sofia Carvalho, diferente das milhares de anónimas que estão do outro lado do ecrã. "Temos é uma profissão que nos dá uma visibilidade um bocadinho diferente." E é essa visibilidade que, para Adelaide Sousa, pode criar um limbo perigoso. "Às vezes, há uma parte de mim que quer muito agradar a toda a gente para poder ser mais vista, para poder ser mais querida, para poder ser mais admirada...", admite a apresentadora de Entre Nós, continuando: "Mas sou humana, também erro... isso faz de mim uma pessoa como vocês são, mas, por favor, continuem a ver-me [risos]. É um bocadinho esse jogo."

Mas se na "vida real" se pode usar o chavão 'o interior é que interessa', na televisão a ditadura da imagem é incontornável. E nenhuma das mulheres da SIC Mulher o nega. "Isso tem muito que ver com o culto da imagem que estamos a viver. As mulheres não podem engordar e, se cedem um bocadinho, têm de pedir muita desculpa! É a castração da imagem", lamenta Ana Rita Clara, afirmando também que "há uma perseguição da beleza e o envelhecer-se bem é uma das grandes questões. Mas para quem trabalha em televisão, a 'caixinha' não é simpática, engorda, o HD também não ajuda...Somos pessoas normais [risos]."

A propósito de, na cerimónia dos Óscares, o ator Seth MacFarlane ter interpretado um hino às mamas das atrizes de Hollywood, We Saw Your Boobs, que foi considerado pelo jornal online The Huffington Post como representativo do "fim do feminismo", quisemos saber se as apresentadoras consideram que as mulheres continuam a ser vistas como objetos... 

Adelaide Sousa não ficou surpreendida com a provocação de MacFarlane e explica... "Não sei se o The Huffington Post já reparou, mas o feminismo já não é o que era. Já não queima soutiens, é uma evidência e isso é muito positivo. No entanto, aquele feminismo que defendeu o fim da pornografia, que quis que as mulheres não fossem vistas como um objeto que causa atração sexual já não existe. E isso deixa-me triste, porque podíamos não ter deixado de lado essa parte importante que é não deixarmos de pensar nas nossas filhas", admite a apresentadora, opinião corroborada por Sofia Carvalho... "As miúdas cada vez mais cedo se sentem como objetos. É só percebermos com que idade, nos EUA, as miúdas começam a fazer cirurgias plásticas", lamenta a Diretora da SIC Mulher.


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