A TVI não dá crédito às audiências da GfK e regula-se pela velha Marktest. O pior é quando a GfK lhe dá melhores valores do que a Marktest. O mesmo se passa com a RTP. A SIC mantém a coerencia, e regula-se pela medidora oficial do mercado, a GfK.
A TVI ganha os Domingos no painel de audiências que recusa, o da GfK, e a SIC vence na metodologia que não reconhece, a Marktest. RTP continua em quebra, à exceção de dois programas. Fique a saber quais são...
O impossível acontece. Depois de a TVI ter recusado os dados
audimétricos recolhidos pela GfK e de só reconhecer as medições pela Marktest,
a estação de Queluz de Baixo viu, pela segunda semana consecutiva, ter melhores
resultados aos Domingos à noite na empresa que contesta e piores nas medições
que aceita.
No Domingo em que o "Big Brother VIP" recebeu a
visita das estrelas da TVI, registou, na medição oficial homologada pela CAEM,
mais 200 mil espectadores do que a estreia do seu concorrente direto, o
"Splash! Celebridades" da SIC.
A TVI, porém, não reconhece as audiências oficiais e, desde 6 de
Maio, segue-se pela cartilha da Marktest (é, aliás, com base nos números
oficiosos que produz os comunicados de imprensa que envia para as redações). No
Domingo seguinte, na Marktest, a vitória do "Big Brother" deixa
de o ser: apenas mais 19 mil espectadores do que a concorrência e menos uma
décima de quota de mercado (share), que mede a competitividade de dois
programas que dão em simultâneo.
Já na semana anterior tinha acontecido a mesma coisa. O sistema
atacado pela TVI (GfK) dava a vitória a "Big Brother", mas o painel
com quem a estação líder tem vindo a trabalhar (Marktest) dava o triunfo aos
"Globos de Ouro" da SIC.
Uma ironia que Luís Cunha Velho, Diretor-geral da TVI,
desvaloriza... "O problema dos
dados da Comissão de Análise de Estudos de Meios [CAEM - organismo de
autorregulação que é dono dos dados da GfK e do qual a TVI e a RTP saíram a 6
de maio] não tem que ver com dar mais ou menos resultados. A única coisa que a
TVI gostava, insisto, era para que a CAEM tivesse feito a validação do painel
de forma a que fosse reconhecido por todos", uma certificação que "a
própria GfK está disponível para fazer".
Já para Luís Marques, Administrador-editorial da Impresa e
ex-presidente da CAEM, a atitude é de contentamento... "Fico satisfeito que no painel da Marktest estejamos
mais próximos da TVI. Não deixa de ser irónico que a TVI reconheça como
oficiais as medições que nos dão um resultado melhor".
Luís Marques garante que... "O
painel da GfK é o que a SIC reconhece e não é pelo facto de termos melhor
resultado". Do outro lado, Luís Cunha Velho salvaguarda que: "não
está em causa o painel da TVI ou da SIC, mas um que seja aceite por todos. A
TVI tem algumas reservas em relação ao painel da GfK". Recorde-se
que entre as questões apontadas por Queluz de Baixo, a par das da RTP, estão
sub-representações de faixas etárias e de agregados familiares.
As exceções da RTP...
A estação pública é a única que tem de forma constante menos
audiência nos números da GfK do que nos da Marktest. Uma situação identificada
pela RTP ainda antes do primeiro dia das novas medições, 1
de Março de 2012, e que se mantém. Um caso que levou o presidente do
Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, a afirmar que a empresa
pública perdeu, no ano passado, mais de 9 milhões de euros em rendimentos de
publicidade, perda que acusa ser decorrente da aplicação das novas medições.
Contas feitas, a perda em receitas comerciais em 2012 representa
menos 1/4 do que as registadas em 2011... "Temos
o dever de não reatar com a CAEM até os problemas com o painel estarem
resolvidos", declarou Alberto da Ponte em dia de apresentação de
resultados da RTP.
Mas num quadro de tendência descendente das audiências, há dois
formatos da estação pública, entre programação e informação, que
"furam" este denominador.
O "Aqui Portugal", programa dos sábados à tarde com
Jorge Gabriel e Sónia Araújo, tem conseguido obter mais 11 mil espectadores de
média nas medições da GfK do que nas da Marktest... "Olho com muita satisfação para esses resultados,
acreditamos que estamos a corresponder ao que nos pediram", diz Jorge
Gabriel.
Sem especificar os motivos que levam a esta situação de exceção,
antecipa: "Se conseguimos resultados
assinaláveis numa empresa que é contestada [GfK], não nos leva a uma análise
diferente. É um dado que pode vir a ser considerado junto de pessoas que
estejam envolvidas no processo."
O apresentador confia, porém, que o formato "deve estar a atingir público numa franja mais
específica".
Em situação equivalente está o formato conduzido à tarde por
José Carlos Malato e Marta Leite Castro. o "Portugal no
Coração" tem mais 1000 espectadores diários no painel da GfK do que
no da Marktest.
Fonte: Noticias TV
A atitude da TVI e RTP lembram-me um leilão: «Quem dá mais»?
ResponderEliminarQue falta de coerência!