VENCEDORES DO "ÍDOLOS" DIZEM QUE VITÓRIA ABRE PORTAS NA MÚSICA

domingo, 20 de maio de 2012

O País é pequeno. O mercado musical apertado. Apesar das contrariedades, vencer o concurso da SIC mudou o rumo de quatro jovens que hoje conseguem fazer da música a sua vida...
Sempre que arranca uma nova edição de um concurso de música, como ‘Ídolos’ ou ‘Operação Triunfo’, milhares de jovens apresentam-se com o objectivo de fazer uma carreira na música. Contudo, são raros os que conseguem fazer deste o seu modo de vida. Entre as poucas excepções, neste momento, estão os vencedores das primeiras quatro edições do programa da SIC, cujas galas em directo da quinta temporada arrancam a 27 de Maio. A Correio TV falou com três ex-vencedores, Sérgio Lucas, Filipe Pinto e Sandra Pereira para perceber se efectivamente o concurso lhes abriu as portas para uma carreira musical. Apesar de Luís Jardim, presidente do júri nas duas primeiras edições do formato, considerar que "o ‘Ídolos’, à semelhança de outros concursos só de canto, não tem funcionado em Portugal. Chega-se ao fim e não se cria uma estrela". No entanto, os vencedores fazem um balanço positivo do programa que, efectivamente, lhes mudou a vida.
"Para mim é positivo ir a um concurso como o ‘Ídolos’, ou qualquer outro para cantores, porque tudo o que possamos fazer para divulgar o nosso trabalho é bom", diz Sérgio Lucas, vencedor da segunda edição, em 2005. "O facto de ter ganho o ‘Ídolos’ abriu-me as portas para trabalhar em muitos sítios. Desde então, e graças a não ter desistido, como muitas vezes apetece, e ter insistido, já fiz teatro musical, programas de televisão e lancei dois álbuns de originais meus [‘Até ao Fim’, em 2007, e ‘Vícios’, em 2010]", acrescenta o cantor, que prepara já um terceiro CD. 
Filipe Pinto, vencedor da terceira edição, é claro na sua análise: "Não poderia fazer um balanço melhor". "Para um aluno de engenharia florestal, que tencionava trabalhar nesta área, que venceu o programa e agora consegue dedicar-se a 100% à música, é uma enorme vantagem. Não tenho dúvidas de que isto foi o melhor que me poderia ter acontecido", diz. O jovem de Matosinhos, que lançou recentemente o seu primeiro single, ‘Insónia’ (visto, até agora, por 92 mil pessoas no Youtube), considera que "poder estar a desenvolver um trabalho há dois anos na área musical é certamente positivo".
Sandra Pereira, vencedora da quarta edição, que terminou nos primeiros minutos de 2011, faz questão de realçar que o programa traz "coisas boas e coisas más". "Quando participei tinha a esperança de que a minha vida mudasse em muita coisa, e a verdade é que mudou: em alguns casos para melhor, noutros para pior". E concretiza: "Só o facto de as pessoas terem feito com que ganhasse o programa é um bom sinal, significa que dão valor àquilo que fazemos e que gostam de nos ouvir. E a vitória fez com que aparecessem alguns trabalhos, nomeadamente em publicidade. Mas passado algum tempo, e isto depende das pessoas com quem trabalhamos, as coisas voltam quase ao início".
Confrontado com as críticas dirigidas ao programa, nomeadamente ao facto de criar vencedores que depois não conseguem atingir a notoriedade expectável, Sérgio Lucas é peremptório: "Eu não queria notoriedade nenhuma. O meu objectivo até hoje não é querer ser famoso. Para mim a fama tem de ser uma consequência do nosso trabalho e não por ter aparecido num programa de televisão". O cantor, cujo último trabalho foi o musical ‘Pinóquio’, de Filipe La Féria, no Teatro Politeama, diz ainda: "O meu objectivo ao ir para o ‘Ídolos’ era apenas tentar um lugar no mercado, o mesmo que todos queremos quando fazemos um curso e acabamos a escola". Filipe Pinto corrobora a opinião: "As pessoas não podem trabalhar só do mediatismo. É preciso ter base e formação para perceber a linguagem musical e o mercado".
Apesar de actualmente viver apenas da música, Sandra Pereira confidencia: "Quando acabou o programa, e depois da euforia inicial, fui-me um pouco abaixo. Porque isto é como um fogo-de-artifício: toda a gente está ansiosa para ver, bate palmas, mas, quando acaba, todos se vão embora. É isso que acontece com o ‘Ídolos’: de repente damos um pulo muito grande, mas depois caímos quase a pique". A cantora, que passou os últimos meses de 2011 e os primeiros de 2012 a estudar na London Music School, na capital britânica, à semelhança do que já tinha acontecido com Filipe Pinto, acrescenta ainda: "A grande mais-valia dos ‘Ídolos’ é que nos dá visibilidade. Mas depois o programa acaba e há pessoas que vêm trabalhar connosco, umas melhores, outras piores… Eu decidi então trabalhar sozinha". Sandra Pereira está agora a preparar o seu primeiro álbum de originais.
A experiência acumulada em ‘Ídolos’ e em tudo aquilo que se seguiu permite já a estes três artistas deixar alguns conselhos àqueles que só agora se aventuram no palco que o formato proporciona: "Acima de tudo, divirtam-se e dêem o melhor que tiverem para dar. O concurso é um microclima daquilo que é o mercado cá fora, muito mais competitivo e difícil. É preciso trabalhar muito mais", diz Sérgio Lucas
Para Filipe Pinto, o importante é que os concorrentes "sejam eles mesmos". "Há sempre medos com a exposição. Mas o mais importante é que cada um se sinta bem na sua própria pele. Não devemos ter pressões na nossa cabeça, deixar rolar o nosso talento e tentar sempre ser originais", afirma. 
Sandra Pereira alerta para a necessidade de "estar atento ao que se passa à nossa volta e não se deixar deslumbrar". "O primeiro conselho que dou é que tenham o olho aberto e que estejam atentos. Deixem-se deslumbrar o tempo necessário, não demais. É preciso que as pessoas tenham os pés bem assentes no chão. Mas o mais importante é que sejam genuínos e que não deixem de acreditar naquilo em que acreditavam antes. E, ao mesmo tempo, que não se deixem comer pelo peixe graúdo que anda cá fora", alerta.
O produtor musical Álvaro Covões afirma não ter dúvidas de que é preciso "um palco, oportunidade e formação" para alguém vingar no universo musical. E recorre ao futebol para fazer uma curiosa comparação: "A razão porque temos os melhores jogadores do Mundo é porque temos muitas escolinhas a dar formação, a aperfeiçoar talentos e a escolher depois os melhores. Na música, são as televisões que fazem esse trabalho, exceptuando o Conservatório e uma ou outra escola de música. Muitas vezes, a televisão é a oportunidade que faltava para uma carreira"
O produtor musical explica ainda que Nuno Norte (vencedor da primeira edição de ‘Ídolos’ e que a Correio TV não conseguiu contactar até ao fecho desta edição), Sérgio Lucas, Filipe Pinto e Sandra Pereira são todos "talentosos", mas adverte: "A carreira deles vai depender muito do trabalho de aperfeiçoamento e da sorte em tropeçar em bons autores e compositores, a menos que eles mesmos componham as suas músicas, isso pode fazer toda a diferença". Álvaro Covões conclui que o talento, o trabalho e estar rodeado de "bons profissionais" ajudam um ex-concorrente do ‘Ídolos’ ou de qualquer outro formato de talentos a singrar. E conseguir encontrar a "estrela", acrescenta. 
A partir de 27 de Maio novas ‘estrelas’ brilharão na antena da SIC e, no final de Julho, será conhecido o novo ‘ídolo’ de Portugal.
Fonte: Correio da Manhã

1 comentários:

  1. Exactamente! E a estes 4, muitos mais valores poderíamos acrescentar, que viram as portas abertas no mundo da música devido a programas como «Ídolos», «Chuva de Estrelas», «Família Superstar»...

    Vejamos por exemplo a Luísa Sobral, que se tornou também conhecida devido a uma edição de «Ídolos», estando a fazer o seu percurso de êxito no estrangeiro.

    A Sara Tavares, a Filipa, o João Pedro Pais, a Inês Santos ...quantos valores não foram dados à música, por programas de talentos?

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